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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Desejo 2013 !!!







Receita de Ano Novo

“...
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.”
 

Ontem fui ao shopping com meus filhos e ao entrar numa loja feminina de roupas íntimas a vendedora logo me sugeriu comprar uma calcinha colorida para a passagem de Ano Novo.
 
Acompanhei-a ao mostruário e ela me apontou uma calcinha amarela. Eu indaguei o significado do amarelo, sendo prontamente explicado pela vendedora que significava Prosperidade, Dinheiro. Olhei então a calcinha cor de rosa e ela sorriu e me disse que significava Amor, a Vermelha obviamente já sabia que era paixão.
 
 
Questionei a vendedora, qual daquelas restantes: roxa, branca, laranja significava Saúde para novo ano. Ela parou e me olhou confusa, correu a gerente que confabulou com assistente e veio a resposta não tinha “calcinha para ano novo que pedisse saúde”.
 
Um rapaz que aguardava ser atendido pelo caixa, pois havia comprado um presente para namorada, olhou com um sorriso divertido e disse: “ Sem saúde, pouco adianta o resto, né?”
 
 
Concordei com a “verdade “ dita por ele.
 
Assim, meus amigos, mesmo sem a peça da roupa que simbolicamente signifique um pedido de saúde, mas com a intensidade da Fé e Esperança, DESEJO SAÚDE a mim e a todas as pessoas para o ano de 2013.
 
 
Faltam três dias para transição de 2012 para 2013 e os planejamentos, sonhos, desejos e promessas para o esperado Ano Novo já estão enfileirados.
 
 
É quase hora de preparar a casa e fazer aquela lista de pedidos e ritos de boa sorte para a passagem do ano: olho-grego, orixás, figa, estrela de cinco pontas, ferradura, pimenteiras, fitinhas do Senhor do Bonfim, chave para abrir caminhos, sopa de lentilha e até a judaica Torá.
 
 
Das orações às simpatias, da fé religiosa aos preceitos pagãos, a união de credos é comum a todos.
 
Mas pouco sentido terá tudo isso sem esforço comum de mudança interior e renovação que  incide em transformação intima – retirar a própria pele curtida de experiências boas e más e prepara-la para novas experiências.

Em linguagem figurada devemos jogar um pouco do líquido de nossa xícara da vida, para que se possibilite a entrada do NOVO, pois xícara cheia impede aprendizados novos.  
 
 
Tenho aprendido diariamente, a "duras penas" (como é dificil) que podemos tirar das tragédias e dos pequenos dramas do dia a dia o aprendizado para uma vida melhor.




Vamos sair do estado de acomodação ...


 
Trasncrevo pra vocês o poema de Victor Hugo, autor do livro "Os Miseráveis", que é o meu Desejo a todos.
 
 

Desejo

 

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ”

 

E para finalizar esse post que esta enorme, quero agradecer às pessoas que me ajudaram a fazer deste ano um ano abençoado, com desafios, lutas, vitórias e superações:
 
 Obrigado à Deus Misericordioso que tem me ensinado através do Amor e da dor valores despercebidos. Obrigado, SENHOR, pela oportunidade de estar agora aqui, desfrutando desse momento.
 
Obrigado a meus Pais, pelo amor incondicional e Fé em minha recuperação, das rezas, benções, carinho, conselhos e atenção.
 
Obrigado a meu Marido maravilhoso, pelo seu amor, cumplicidade e paciência impar (aguentou meus altos e baixos durante todo ano).
 
Obrigado a meus Filhos, Túlio e Tiago, fiéis escudeiros, sempre prontos a me ajudar com a Fé dos puros e inocentes, sendo o farol na escuridão que percorri. Vocês são a minha força inspiradora ... Por vocês, meus amores !!!.
 
Obrigado meus Irmãos Guilherme, Victor, Alcedina e Juliana pelo amor, fé, dedicação, força e apoio fundamental na minha recuperação.
 
 
Obrigado aos tios e tias e vó Jamila, pelas orações e carinho dedicado e em especial, a Tia Bety pela desprendimento, atenção e carinho que sempre me dedicou quando em seu Lar (São Paulo) e aqui em Cuiabá.
 
Obrigado aos primos, presentes na oração e fé.
 
Obrigado aos amigos e conhecidos pelo apoio e carinho recebido.
 
 
FELIZ   2013 !!!!!
 

sábado, 22 de dezembro de 2012

Eternizando nossos lares ...

 


Esse ano que está quase terminando foi um ano abençoado ... como tem sido tantos outros anos de minha vida.
 
 
Recidiva do câncer, quimioterapia, queda do cabelo, nova cirurgia, quimioterapia, cura, novo diagnóstico, nova cirurgia, possível quimioterapia.
 
E eu continuo aqui, viva, forte e confiante num  ano próximo proveitoso e feliz.
Quanta benção !!!
 
 
Renovo os meus estoques de sonho e planos.
 
 
 
 
 
Compreendi nesse ano  três coisas fundamentais, embora clichês no dia a dia:
1º - Viver o agora, saboreando o momento
2º - A importância da Lar (família)
3º - Que são as dificuldade que nos tornam mais fortes e melhores.
 
Das três coisas compreendidas em sua essência,  a segunda sempre me foi abundante.
 
 
O amor dos meus pais e familiares que nunca me faltou, ao contrário, houve até excesso (se acaso existir excesso no amor /!?!  improvável).
 
Existem várias formas e maneiras de se aprender algo, alguns como eu precisam aprender, digamos de forma mais incisiva didaticamente – sentindo na pele.
 
 Outros mais sábios, aprendem com exemplos alheios .
 
Hoje, sei o valor do simples ato de locomover, pois estive impedida quando em leito de hospital. 
 
Aprecio a alimentação  quando a minha dieta era só de água.
Valorizo o amor familiar (marido, filhos, pais, irmãos) quando pensei que não as teria mais.
 
 
Agradeço o sol e o calor de Cuiabá, quando lembro o frio do quarto do hospital, agradeço o frio do quarto do hospital quando lembro do calor de Cuiabá ...
 
 
Todavia, é muito complexo nessa correria insana que vivemos permitirmos intimamente “compreender” o momento.
 
O tempo nos consome e postergamos o tempo com qualidade com nossos filhos, marido e familiares.
 
É lógico que cada um de nós sabe da importância do Agora, da família e que são as dificuldades e superações que nos tornam mais fortes, contudo nos deixamos levar pelos acontecimentos diários e quando vemos mais um ano se passou.
 
O mundo não se acabou ainda, então vamos aproveitar  para mudarmos o nosso jeito de agir e interagir com ele.
 
E quando digo interagir com mundo,  sejamos modestos, comecemos com alguém mais próximo: como o nosso companheiro, nossos filhos, nossos pais, nossos irmãos, nossos familiares, nossos amigos e assim por diante.
 
Comecemos no lar.
 
Lar não é casa, pois casa é objeto inanimado, habitação, cimento, madeira, tijolos, móveis.
Lar é muito mais ...
 
Lar é amor, calor, dor, abraço verdadeiro, aconchego, comidinha gostosa, fim de cansaço, afeto, compreensão, ninho, renúncia, silêncio, cobrança, zelo, perpetuação.
 
Lar é aquele lugar que fez o meu primo Gustavo, Melissa e filhos se deslocassem mais de 8.517,07  km de distância ( Canadá/Brasil) para se sentirem “junto aos seus”.
 
Lar é aquele lugar que faz Tia Bety vir a Cuiabá quase bimestralmente para desfrutar momentos “de família”.
 
Lar é aquele lugar que faz meu primo Vladmir vir mensalmente de Itapiranga (Amazonas) rever Soyane e Rayane afim de se sentir amado e querido.
 
 
Estar junto aos seus desfrutando momentos de família é revigorar a alma e aquecer o coração.  
 
 
Lar é igual farol que ilumina os barcos (nós) que estão soltos e a mercê do oceano da vida, sujeito a tempestades, maremotos e furacões. Entretanto  nos momentos de turbulência a visão daquela luz emitida pelo farol do "Lar" na escuridão da noite, acalenta nosso espírito, aquieta nossos corações e nos dá a esperança e rumo de poder desembarcar em terra firme - são e salvo.
 
Só valoriza o LAR aquele que está ou esteve longe, distante do convívio diário ou aquele que o perdeu.
 
É uma sina do ser humano só valorizar algo quando existe a possibilidade real de perder, caso contrário, achamos que é nosso de pleno e eterno direito. Pobre de nós !!!
 
De outra maneira,  Viva a aptidão humana de se renovar, transmutar, transcender, transformar ...
 
E diante dessa capacidade de se alterar que sugiro àqueles que se mostrem propensos a aceitarem um desafio para o ano de 2013.
 
Se a definição de eterno é a ausência do tempo ou é quando nós não percebemos que o tempo está passando, vamos eternizar nossas relações familiares (lares - pais, irmãos, filhos primos...), pois como Adélia Prado já disse que “ Tudo que a memória amou já ficou eterno”.  
 
 Nos momentos derradeiros do medo e da incerteza da vida ... foi nessa memória amorosa do Lar (encontros, desencontros, lembranças)  que  meu coração e alma se apoiou, reconstruiu e se edificou.  
 
 
FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO !!! 
 
 
.
 
 
 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ouvindo "Paciência" ...

 
 
 
 
 
Ouvindo rádio outro dia, escutei essa música e letra maravilhosa, que espelha o momento pelo qual caminho.
 
E "vamo que vamo" !!!!  
 
 

Paciência

 

Simone


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára


Enquanto o tempo acelera
E pede pressa
Eu me recuso, faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara


Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência


O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência


Será que é tempo que me falta pra perceber?
Será que temos este tempo pra perder?
E quem quer saber
A vida é tão rara


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei
A vida não pára
A vida não pára, não
A vida não pára
A vida é tão rara



.

    
 

sábado, 1 de dezembro de 2012

Chupando Jabuticabas !



“Que é pois o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; se quero explica-lo a quem me pede, não sei.” 
Santo Agostinho

 

 

 

Levantei cedo e fui a cozinha preparar o cafezinho matinal. No aguardar da fervura da água, me deparei olhando para o calendário. Calendário esse marcado e rabiscado com acontecimentos planejados, executados, reorganizados neste ano.

 

Assim, para meu deleite, percebi que necessitava mudar a página do calendário, pois hoje já estamos em dezembro.

 

Nesse instante fulgaz, qual raio fulminante e  porque não concomitante, vieram imagens de acontecimentos já passados, do presente e do futuro que ainda não chegou.

 

E ainda mais “gostoso” que as imagens, foram as emoções sentidas dos momentos vividos, das alegrias e tristezas, das vitórias e embates, que parecem desafiar meu viver.

 

Um calidoscópio de imagens !!!

 


Fiquei distraidamente a repassar as páginas dos meses e me lembrei do momento em que no inicio do ano escolar, fui marcar as provas anuais das crianças no calendário e quando estava no mês de novembro, pensei que “talvez eu já não estivesse mais aqui com eles”, pois esse era o prognóstico.

 

Amigos, aquele foi o momento mais doloroso de toda minha caminhada.

 

Mas o tempo, ora o tempo continuou a passar e o barulho da chaleira com a água do café fervendo me tirou dessa tristeza e logo a razão se fez presente e pensei: “Consegui virar novembro.”

 

Vim então para o presente, li o jornal com as notícias “da hora” e após fui até computador no escritório, porém, antes de liga-lo, percebi que ao lado do calendário de 2012, Antonio (meu marido) já havia colocado o calendário do próximo ano - 2013.

 
Parei para apreciar a poesia do momento.

  

Sim, esse era um dos inúmeros momentos poéticos que nos acontecem durante o transcorrer do dia, mas que diante da correria e da “falta de tempo” deixamos a poesia se esvair e não saboreamos o prazer de viver.

 


Olhei com carinho para o calendário de 2012, agradecendo as benções recebidas e pedindo igual vigor e fé para 2013.

 

Resolvi então pesquisar sobre o que é o tempo e nessa pesquisa ao Dr. Google de Iansã achei a frase de Santo Agostinho que simplifica filosoficamente qualquer outra explicação, senão vejamos:
 
 “Que é pois o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; se quero explica-lo a quem me pede, não sei.”

 

Nós humanos, criamos o calendário que é um sistema para contagem e agrupamento de dias e que visa atender principalmente as necessidades civis e religiosas de uma cultura. "Wikipedia"


A palavra calendário deriva do latim Calendarium ou livro de registro, que por sua vez derivou do calendae, que indicava o primeiro dia de um mês romano.



Outro sentido para a palavra calendário é que ela é utilizada para descrever o aparato físico (geralmente de papel) para o uso do sistema e também um conjunto particular de eventos planejados.

 

Nessa busca incessante por conhecimento, definições e necessidades, foram criados diversos tipos de calendários. Os principais tipos podem ser classificados em solares (como o egípcio e o romano) e lunissolares (como o babilônico-persa e o judaico).

 

Os calendários lunissolares baseiam-se no mês lunar sinódico e os calendários solares seguem unicamente o curso aparente do Sol, fazendo coincidir, com maior ou menor precisão, o ano civil com o solar, visando que as estações recaiam todos os anos nas mesmas datas.

 

Existem também os calendários Juliano, gregoriano, chinês, o hindu e o muçulmano.

 

Carlos Drummond de Andrade definiu o tempo, com a poesia Cortar o tempo:

 

“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano foi um indivíduo genial.
    Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí, entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.”


 

Acrescento, que além dos marcadores do sol e da lua, existe outro marcador, que é utilizado pelos trabalhadores em geral e pode ser visualizado no Facebook em todo início de semana e principalmente quando se aproxima da sexta feira. É a exaustão e a entrega de pontos narrada por Drummond em seu poema acima transcrito.

No facebook aos domingos começam a “ferver” mensagens chorosas de despedida do final de semana e de início “cansativo” de mais uma semana. Quando chega quarta feira, a animação volta às mensagens do Facebook, com postagens alegres do final de semana que se aproxima.

 
É cômico !!
 

Se um alienígena viesse estudar a humanidade concluiria que a semana de trabalho dos humanos só possuem encanto de quarta feira a  sexta feira. Isso sem contar com os “ai, ai ais” e “beicinhos” que ocorrem quando do retorno ao serviço após feriado prolongado ou emendado.

 
Aliás o termo “emendar feriado” e “feriado prolongado” deve ser sido inventado no Brasil.
 

Hmm, mas é tão bom, né?

 
O que que é pesaroso é pensar na quantidade de energia negativa que jogamos e cumulamos em nosso organismo com a aparente “infelicidade” de ir ao trabalho.

 

Agora, vamos transformar esse “infortúnio” das horas trabalhadas, multiplicando-as por toda nossa vida funcional - 30/35 anos de labuta. É muito tempo para ser despendido reclamando, não é? E pior, ele transcorre durante os “ouros” anos da juventude.

 

Vamos investigar se não é o que deixamos de fazer, por força das circunstancias, destino ou caminho escolhido que nos faz sentir incompletos e menos felizes no trabalho.  
 
 
Quantos engenheiros gostariam de ser músicos, médicos poetas, promotores de justiça policiais.

 
 
Atitude é o que precisamos, ou resignamos com as nossas escolhas ou a tranformamos.



Mas, voltando ao tema Tempo, indago se alguém  conseguiria viver sem marcar o tempo, vivendo só o "agora"?

 
Acredito que temos uma grande necessidade de marcar o tempo, não só por questões práticas e rotineiras, mas também psicológicas.

 

 É com o tempo marcado que podemos sonhar, ter metas, planejar, readequar nossos esquemas de vida.

 

Essa percepção de tempo que faz com que “sentimos” que determinados eventos parecem transcorrer de forma muito rápida, e de que em outros os mesmos eventos transcorreram de forma bem lenta.

 


Quem já não disse ou ouviu alguém dizer: "o tempo corre", "este ano passou depressa" ou mesmo "esta aula não acaba", “a semana parece não terminar”. O tempo é:

 

"É o jeito que a natureza deu para não deixar que tudo acontecesse de uma vez só." John Wheeler

ou

"Uma ilusão. A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão." Albert Einstein

 

Em Física, tempo é a grandeza física diretamente associada ao correto sequenciamento, mediante ordem de ocorrência, dos eventos naturais; estabelecido segundo coincidências simultaneamente espaciais e temporais entre tais eventos e as indicações de um ou mais relógios adequadamente posicionados, sincronizados, e atrelados de forma adequada à origem e aos eixos coordenados do referencial para o qual o tempo é definido.

 

Putz !!! Profundo ... mas insipido (que me perdoem os físicos).

 


Prefiro a definição de Santo Agostinho, quando ele em seus escritos “Confissões XI” entende que a existência do tempo (e de todas as criaturas) depende da eternidade.

 

Ele entende que a eternidade, oferece um parâmetro inequívoco para pensar o tempo, ou seja, a meditação sobre o tempo. Podemos então desvendar que a eternidade é a contraposição ao tempo; ela é o que o tempo não é.

 

Santo Agostinho ainda diz que o que se percebe pelos sentidos fica registrado na memória e, a partir de então, passa a existir em regime de interioridade. Em outros termos, o tempo é  regido por uma temporalidade espiritual (da alma). Encontram-se na memória as sensações, imaginações, experiências passadas, ideias.

Assim, o passado consiste no presente do que passou (fora) e está armazenado na memória (dentro). Quanto ao futuro, ele é pensado com base no que há na memória (com base no passado), mas com outra disposição da alma, que Agostinho chama de “expectativa”. E o presente é exatamente o olhar da alma. Aqui, o pensamento de Agostinho é inédito:

“Isto agora é límpido e claro: nem as coisas futuras existem, nem as coisas passadas, nem dizemos apropriadamente ‘existem três tempos: o passado, o presente e o futuro’. (…) Existem, sim, três tempos: o presente das coisas passadas, o presente das coisas presentes, o presente das coisas futuras. (…) [os] três estão de alguma maneira na alma e eu não os vejo em outro lugar: o presente das coisas passadas é a memória, o presente das coisas presentes é o olhar, o presente das coisas futuras é a expectativa.” (Confissões XI).

 Isso sim, é uma definição poética, filosófica e esperançosa acerca do tempo.

Para não deixar de citar Rubem Alves, deixo pra vocês o meu momento-tempo  “chupando as jaboticabas ...”

“ Contei meus anos e descobri
Que terei menos tempo para viver do que já tive até agora....
Tenho muito mais passado do que futuro...
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas...
As primeiras, ele chupou displicentemente ...
Mas, percebendo que faltam poucas, rói o caroço...

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades...
Inquieto-me com os invejosos tentando destruir quem eles admiram.
Cobiçando seus lugares, talento e sorte.....
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas
As pessoas não debatem conteúdo, apenas rótulos...
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos...
Quero a essência.... Minha alma tem pressa....
Sem muitas jabuticabas na bacia
Quero viver ao lado de gente humana...muito humana...
Que não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade
....