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domingo, 16 de março de 2014

Não quero ter razão ..




 

Li essa frase de passagem pelo instagram e imediatamente minha mente foi cutucada,  acomodando-se  lacunas que por hora preencho .

Observei a simplicidade e leveza das palavras ali contidas mescladas com a profundidade do que se pretendia dizer.

Ter razão e ser feliz nem sempre se coadunam.

Momentos existem em que para se ter um abre-se mão do outro.

A sabedoria enquadrada dessa turbulenta e complexa situação está na sensatez de ter a prudência em docemente “ceder”, elevando a alma sem se sentir superior e escolhendo conjugar o verbo SER FELIZ.

Ter sempre razão nos impede de alcançar essa meta. Esclareço que pra mim Ser Feliz é ter paz interior, é aceitar os conflitos com mansidão, buscar entende-los como obstáculos a serem galgados e  me enxergar como espírito imortal.
 
E meus amigos,  confesso que isso é trabalhoso, todavia nos momentos conquistados  o sentimento é leve e suave.

 A ânsia em querer ter sempre razão impede de no calor das “argumentações”  enxergar o outro como alguém que pensa, sente e vive como nós. O EGO algoz e manipulador estorva e bloqueia a amplitude do saber e partilhar experiências.

“A unanimidade é burra” já dizia Nelson Rodrigues.

Por vezes,  o sentimento de gozo e “vitória” conquistada  diante de um ponto de vista exaustivamente debatido  é fantasioso e fugaz, visto serem  agregadas a outros como  a antipatia e humilhação de afetos verdadeiros.

Razão é a capacidade da mente humana que permite chegar a conclusões a partir de suposições e premissas, sendo que opiniões são percepções, sentimentos e construções próprios de cada pessoa.

Dessa forma razão e opinião tem diferente cores, formatos, ângulos e tipos.

Como meta para minha vida me propondo ao exercício pelo amadurecimento emocional concentrando minha energia naquilo que posso mudar em mim com foco no aqui e agora.
 
No livro Psicoterapia a Luz do Evangelho de Jesus, o autor Alirio de Cerqueira Filho dispõe que temos em relação ao tempo três movimentos.
 
O primeiro é Pós-ocupação - centrada no passado, relacionada com a lamentação em relação a aquilo que passou. Lamenta-se, mas  não se corrige.
O segundo movimento é a Preocupação - centrado no futuro, geralmente com atividades que se deve fazer ou com as atitudes que se deve tomar no futuro próximo ou remoto. Oscilando em fantasiar negativamente produzindo assim pessimismo ou cria expectativas maiores que sua possibilidade de realiza-las, gerando um falso otimismo. Ambos causam muita ansiedade.
O terceiro movimento é Ocupação centrada no presente. Gera a resolução de conflitos e problemas. O individuo utiliza toda a sua energia refletindo na melhor maneira de superar os obstáculos que surgem no momento que eles aparecem.  O autor pontua que podemos nos ocupar com o passado refletindo sobre o que nos ocorreu, retirando aprendizado para nortear nossas ações e podemos também nos ocupar com o futuros estabelecendo metas, pois o problemático não é pensar no amanhã, é pensar no mal do amanhã.
 
E é com esse pensamento que parto para mais uma sequência de exames de rotina no controle da doença com o espírito mais tranquilo e aberto pacificamente a minha própria compaixão.