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terça-feira, 21 de maio de 2013

Carregando nossa mochilas ...


 
 
 
 
 
Quero dividir o texto abaixo colhido de uma publicação da Martha Medeiros. 
 
É uma reflexão leve e profunda sobre a nossa condição de aprendizes do viver e de como devemos nos esculpir retirando o "excesso"  que colocamos em nossa "mochila" da vida diária, deixando-a desnecessariamente, por vezes, pesada demais para carrega-las, sendo que muita das pedras foram colocadas por nós mesmos. 
 
E falando em mochilas e fardos, eis que lembrei de uma canção gospel chamada "Down by the Riverside", transcrita pelo médico David Servan-Schreiber no livro Anticâncer. 
 
 
"Eu vou por no chão meu fardo
Na margem do rio
Não vou mais me preocupar com a guerra
Vou por no chão minha espada e meu escudo
Na margem do rio
Não vou mais me preocupar com a guerra ..."
 
 
 
 
 
 
  O Michelangelo de cada de cada um  por Martha Medeiros
 

 "Escultura não era algo que me chamava atenção na adolescência, até que um dia tomei conhecimento da célebre resposta que Michelangelo deu a alguém que lhe perguntou como fazia para criar obras tão sublimes como, por exemplo, o Davi. “É simples, basta pegar o martelo e o cinzel e tirar do mármore tudo o que não interessa”. E dessa forma genial ele explicou que escultura é a arte de retirar excessos até que libertemos o que dentro se esconde.

 

 A partir daí, comecei a dar um valor extraordinário às esculturas, a enxergá-las como o resultado de um trabalho minucioso de libertação. Toda escultura nasceu de uma matéria bruta, até ter sua essência revelada. Uma coisa puxa a outra: o que é um ser humano, senão matéria bruta a ser esculpida? Passamos a vida tentando nos livrar dos excessos que escondem o que temos de mais belo.

 

 Fico me perguntando quem seria nosso escultor. Uma turma vai reivindicar que é Deus, mas por mais que Ele ande com a reputação em alta, discordo. Tampouco creio que seja pai e mãe, apesar da bela mãozinha que eles dão ao escultor principal: o tempo, claro. Não sou a primeira a declarar isso, mas faço coro.

 

 Pai e mãe começam o trabalho, mas é o tempo que nos esculpe, e ele não tem pressa alguma em terminar o serviço, até porque sabe que todo ser humano é uma obra inacabada. Se Michelangelo levou três anos para terminar o Davique hoje está exposto em Florença, levamos décadas até chegarmos a um rascunho bem acabado de nós mesmos, que é o máximo que podemos almejar.

 

 Quando jovens, temos a arrogância de achar que sabemos muito, e, no entanto, é justamente esse “muito” que precisa ser desbastado pelo tempo até que se chegue no cerne, na parte mais central da nossa identidade, naquilo que fundamentalmente nos caracteriza. Amadurecer é passar por esse refinamento, deixando para trás o que for gordura, o que for pastoso, o que for desnecessário, tudo aquilo que pesa e aprisiona, a matéria inútil que impede a visão do essencial, que camufla a nossa verdade. O que o tempo garimpa em nós?

 

 O verdadeiro sentido da nossa vida. Michelangelo deixou algumas obras aparentemente inconclusas porque sabia que não há um fim para a arte de esculpir, porém em algum momento é preciso dar o trabalho como encerrado. O tempo, escultor de todos nós, age da mesma forma: de uma hora para a outra, dá seu trabalho por encerrado.

 

 Mas enquanto ele ainda está a nossa serviço, que o ajudemos na tarefa de deixar de lado os nossos excessos de vaidade, de narcisismo, de futilidade. Que finalmente possamos expor o que há de mais precioso em você, em mim, em qualquer pessoa: nosso afeto e generosidade. Essa é a obra-prima de cada um, extraída em meio ao entulho que nos cerca."
 
 

 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Manual contra arrependimentos ...





Comprei a revista Super Interessante – edição de maio com o intuito de incentivar meu filho Túlio a leitura de artigos de revistas, tendo em vista que hoje em dia é só internet e jogos eletrônicos.

 

 

Li a revista e achei vários artigos interessantes, um dos quais era Guia Prático contra Arrependimentos.

 
 

Trata-se do resumo feito do livro da australiana Bronnie Ware chamado Antes de Partir, que por acaso estou lendo.

 
 

O livro tece histórias vivenciadas pela escritora quando trabalhava como cuidadora de pacientes terminais.

 

Inicialmente ela narra do rompimento que fez com a vida pacata e acomodada que vivia na Austrália, onde abandonou o trabalho num banco e saiu pelo mundo trabalhando em diversos empregos freelances desde garçonete, lavadora de pratos num resort até como acompanhante para uma octogenária. A partir desse último emprego como acompanhante ela decidiu trabalhar como cuidadora de diversos pacientes terminais e percebeu neles um padrão de comportamento quando da proximidade com a morte: medo, raiva, tristeza – e sempre os mesmos arrependimentos em relação a própria vida. Decidiu então a anota-los.

 

 

Eram eles:

 

1-   Eu gostaria de ter trabalho menos;

 

2-   Eu queria ter tido a coragem de viver a vida que eu desejava e não a que os outros esperavam de mim;

 

3-   Eu queria ter expressado mais meus sentimentos;

  

4-   Eu queria ter mantido contato com meus amigos;

 

5-   Eu queria ter sido mais feliz;

 

 

É comum não pensarmos nisso durante a correria da nossa vida até que algum acontecimento nos chama atenção, como por exemplo quando perdemos alguém, quando ficamos doente ou quando chegamos a meia idade.

 

Começamos então a refletir sobre certos prazeres e sonhos que não poderão ser mais realizados e sobre as coisas que constantemente postergamos e adiamos para o momento oportuno.

 
 

Todavia, infelizmente esses momentos de iluminação passam rápido e novamente caímos na rotina dessa vida louca.

 
 

Dos 05 arrependimentos padrões citados pela escritora em seu livro, confesso que me encaixo em alguns.

 

 

Do primeiro arrependimento

 

“Eu gostaria de ter trabalho menos”

 

Bonnie diz que esse arrependimento foi falado por todos os pacientes masculinos de quem ela cuidou. Eles sentiam falta de ter vivido mais a juventude dos filhos e a companhia de suas parceiras. As mulheres também falaram, mas como a maioria era de uma geração mais antiga muitas não tiveram uma carreira. O que não é a realidade de hoje em dia, quando homens e mulheres trilham caminhos similares em busca do sucesso profissional. Ficando a carreira, o status, o poder em primeiro plano, adiando para um futuro incerto maior quantidade e qualidade no contato familiar.

 

Futuro incerto ...

 


De acordo com a escritora é mais difícil largar a rotina do trabalho do que o trabalho em si. O emprego vira a grande parte da identidade das pessoas, ao ponto de que não sabem mais quem são longe dele.” Essa é uma crise de identidade.

 

No livro ela narra a historia de um senhor de 90 anos, que dizia ter se arrependido de ter trabalhado tanto na vida, ficando a guardar dinheiro, não aproveitando o ganho. A esposa insistia para que viajassem para conhecer o mundo enquanto ainda tinha vitalidade para isso e ele foi postergando, até que esposa lhe deu um ultimato. Ainda assim ele negociou o ultimato com a esposa adiando para 12 meses a aposentadoria. Nesse meio tempo a esposa ficou doente e morreu. Perdeu-se oportunidade de vivenciar momentos de paz e alegria com a mulher.

 
 

 

O segundo arrependimento

 

 

“Eu queria ter tido a coragem de viver a vida que eu desejava, e não a que os outros esperavam de mim.”

 

 
Esse foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que a vida delas está quase no fim e olham para trás, é fácil ver quantos sonhos não formam realizados. A maioria não realizou nem metade dos seus sonhos e tem de morrer sabendo que isso aconteceu por causa de decisões que tomaram ou não tomaram. A saúde traz uma liberdade que poucos conseguem perceber, até que eles não a tem mais.”

 
 

O terceiro arrependimento

 

“ Eu queria ter expressado mais meus sentimentos”

 

 

Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros. A reportagem traz que o ser humano é um animal social e está sempre a procura de alianças e para isso busca manter e fortalecer relações sociais – quer agradar e ser aceito. Agimos assim o tempo todo, das coisas banais do dia a dia, como rir da piada sem graça de um amigo, as grandes escolhas de vida, como decidir que carreira seguir. De acordo com um estudo da Universidade Estadual da Flórida, quem busca o tempo a aprovação dos outros tem mais chance de desenvolver depressão. Esforçam-se tanto para agradar que se perdem no meio do processo. Muitos desenvolvem doenças relacionadas à amargura e ressentimento que eles carregavam.

 


Do quarto arrependimento

 

“Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.”

 
 

“Os amigos nos dão um senso de identidade – ajudam a nos tornar algo maior do que nós mesmos e a definir quem somos. Não precisamos somente de relações humanas. Precisamos de amigos muito próximos” diz Ed Diener, professor de psicologia da Universidade de Illinois.

 

Bronnie descreve que “Frequentemente eles não percebiam as vantagens de ter velhos amigos até eles chegarem em suas últimas semanas de vida e não era sempre possível rastrear essas pessoas. Muitos ficam envolvidos em suas próprias vidas que deixaram amizades de ouro se perderem ao longo dos anos."

 

No mês de abril eu tive uma experiência maravilhosa em poder comemorar com amigos - 20 anos de formada no curso de Direito da UFMT. Revi amigos que não via há 20 anos. A sensação é que não se havia passado tanto tempo, pois o sentimento e o bem querer eram os mesmos de 20 anos atrás. O tempo não apagou a memória afetiva daquela época.

 

  

Do quinto arrependimento

 

“Eu gostaria de ter sido mais feliz”

 


“Muitos só percebem no fim da vida que a felicidade é UMA QUESTÃO DE ESCOLHA. As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões. O famoso “conforto” com as coisas que são familiares. O medo da mudança e de se atrever a viver de forma a ser feliz, aproveitando dos momentos simples da vida.”

 

Falando nisso e buscando no meu baú de memória afetiva, lembro-me dentre muitos outros de dois momentos em que me senti plena e feliz durante as muitas viagens que já fiz. Esses momentos não custaram nada e nem foram programados, mas simplesmente vividos e saboreados quando percebidos.

 

Em Natal/2010, depois de ter conhecido os pontos turísticos e praias disputadas, começamos a rodar pela costa e encontramos um barzinho bem caiçara a beira do mar. Decidimos descer com as crianças e ficar por ali. Não havia multidão, passeios de barcos, banana boats ... Nada, só o mar, o sol e nós quatro brincando de construir castelos na areia. Tarde maravilhosa!!

 


Outro momento, foi a dois (eu e Antonio) quando viajamos para Europa/2011 e ali em Siena (Itália) nos afastamos do grupo de viagem e pudemos depois de uma manhã e tarde de sobe e desce vendo igrejas e monumentos, sentar num bistrô e tomar um delicioso sorvete de morango com chantilly. Apreciamos a movimentação da praça, das pessoas e me permiti ouvir um som que vinha de dentro de mim, informando que aquele momento era de pura paz e felicidade.

 

Como disse o psicólogo, ser Feliz é opção.

 
E eu digo mais, celebrar os momentos da vida também é escolha.

Se livrar das mágoas e cuidar de si é opção.

Permita que seu espírito seja ouvido, seja sensível as necessidades da sua alma. Impeça que a barulheira infernal das conveniências e mesmices domine o seu eu. 

 
Faça a escolha certa, o tempo passa rápido ...


Porque não começamos hoje??!!    



 

O tempo

 

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Chronos ou Kairós ??





" Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu ..."
 
                                                Eclesiastes 3.1

 

Outro dia dando o meu “rolê” semanal pela Livraria Janina atrás de novos livros, deparei-me com o novo livro do Padre Marcelo Rossi com o título Kairós, que me chamou atenção. Interessada resolvi ler o prefácio escrito pelo Padre Fábio de Mello e decidi compra-lo.



Nesse livro o autor selecionou passagens da Bíblia com personagens como Abrão, Moises, Maria, Jó e outros que passaram por situações de incompreensão, sofrimento e provação e mesmo assim souberam esperar pelo seu Kairós – momento oportuno.  

 
 

Sou eclética na escolha de livros e tendo lido o prefácio do Padre Fábio de Melo que possui uma visão espiritualista para dores da alma, não litúrgica ou só dogmática, mas humana e sensível, passei uma tarde me deliciando com o aprendizado daquela aquisição.

 


O livro Kairós traz a situação do “homem moderno que emprega apenas uma palavra para dar significado ao tempo, que é “Chronos”, que se refere ao tempo cronológico, marcado pelo dia e pela noite. É o tempo que se mede e que se hoje contamos nos relógios, celulares..."

 

Todavia os gregos na Antiguidade usavam duas palavras para marcar o tempo: Chronos e Kairos.
 
 
Kairós significa "momento certo" ou "momento oportuno". É uma ocasião indeterminada no tempo em que algo especial acontece. Em teologia é usada para descrever o “tempo de Deus”. Não é um tempo quantitativo, como chronos. Não pode ser medido porque é um tempo diferente. É um tempo qualitativo.

 

Chronos é o tempo dos homens.

Kairós é o tempo de Deus.

 

Como disse, essa breve introdução me instigou a leitura do livro, visto ser um embate que experimento diante da doença e do tratamento.
 
 
O fato é que tenho que aprender a cultivar a paciência e dominar a ansiedade, entendendo que não tenho controle absoluto dos acontecimentos de minha vida.
  

Nos post “ O sonho e o tempo” e “Bumerangue” quis expressar diante dessa visão maior agora experimentada  acerca da fragilidade e brevidade de nossa vida e em quanto desperdiçamos com atitudes frívolas e desnecessários que não somarão em nada no contexto geral da vida.

  

Na teoria temos consciência dessa brevidade e de quão frágil são nossos sonhos e metas, contudo é só no vivenciar que alguns de nós aprende.  

 
 
No prefácio do livro Kairós, Padre Fábio de Mello tece sobre a incapacidade de lidarmos com o entrelaçamento do passado, presente e futuro, que nos faz sofrer a demora das esperas...
 
 
 
Ele pontua que são três tempos disputando o espaço de um só coração. O passado, com sua facilidade de nos imputar culpas, tornando nossa vida um eterno tribunal, cujo julgamento nunca poderá nos conceder uma sentença satisfatória. O presente, com suas pressões que nos cegam, com urgências que nos privam de saborear as escolhas. E o futuro, misterioso tecido de névoas, esperanças e incertezas. Sofremos nesse conflito.

 


Afirma que viver sabiamente está em compreender a dinâmica existente em Eclesiastes 3.1 “ para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu”, sendo a oração a melhor condução para entender o Kairós em nossa vida.

 

Embora em muitas oportunidades me pego ainda questionando essa parada forçada da minha vida, logo entendo que é tempo  oportuno me oferecido e aceito por mim ao aqui renascer.

 

Ao aceitarmos o Kairos em nossa vida, “entendemos que nem sempre a hora determina por nós como certa é a hora escolhida por Deus e compreendemos que Deus nos protege quando adia nossos sonhos. Que nos diz sim mesmo quando nos nega o que pedimos. Que nos livra de sofrimentos maiores quando nos frustra.”

 
 

Essa resignação diante dessa verdade que estou aprendendo a aceitar torna as minhas dores mais brandas e o caminhar é mais leve.  

 
Acredito que vale a pena aceitar essa idéia e moderação.

 

Tempo para Tudo – Eclesiastes 3-8

 

"Tudo neste mundo tem seu tempo;

Cada coisa tem a sua ocasião

Há um tempo para nascer e tempo de morrer;

Tempo de plantar e tempo de arrancar;

Tempo de matar e tempo de curar;

Tempo de derrubar e tempo de construir;

Tempo de ficar triste e tempo de se alegrar;

Tempo de chorar e tempo de dançar;

Tempo de espalhar pedras e tempo de ajunta-las;

Tempo de abraçar e tempo de afastar;

Há tempo de procurar e tempo de perder;

Tempo de de economizar e tempo de desperdiçar;

Tempo de rasgar e tempo de remendar;

Tempo de ficar calado e tempo de falar;

Há tempo de amar e tempo de odiar

Tempo de guerra e tempo de paz.”

 

 

terça-feira, 7 de maio de 2013

Baú de Memórias ...



Hoje ao ouvir uma música no CD player de meu carro retrocedi imediatamente aos momentos felizes que desfrutei quando numa festa a dancei junto a pessoas queridas. A música era “Dancing Queen”  do grupo ABBA e o momento foi na festa " Nos embalos de sábado a noite" em que comemorei um niver "a trois" - meu, Flávia e Renata (primas) .

 
 
Comecei a refletir sobre as memórias emotivas ou emocionais que circundam nossos pensamentos que ora nos deixam nostálgicos e felizes, ora tristes.

 
 

Nessa linha de raciocínio fui remetida a algo que vivenciei quando estava internada na UTI por 44 dias em 2005.

 

 

Sem poder me comunicar com familiares, pois estava traqueostomizada, usei das memórias emotivas e de acontecimentos pretéritos para preencher os momentos de solidão e medo oriundo daquele ambiente frio e impessoal.

 

 
Quando a medicação diminuiu e pude distinguir o que era real do que eu via sob efeito dos remédios,  comecei a me lançar bravamente a busca em minha memória emocional de momentos de alegria que havia vivido até ali.

 
 

Aperfeiçoei-me tanto que conseguia sentir odores, como cheiro da chuva ou de quibe frito. E como uma lembrança levava a outra, os dias foram passando e a minha recuperação foi acontecendo, contudo posso afirmar que a Força que sentia em meu Ser (espírito) vinham daqueles momentos recordados e que me enchiam de energia e positividade para querer vive-los novamente.

 

 É lógico que a Providência Divina deve ter assoprado amorosamente em minha mente sugerindo esse exercício diário de recordação a memória afetiva para me restabelecer emocionalmente e me tirar da UTI a despeito de todas as dificuldades da saúde.

 

 
Li que aquilo que aprendemos com o coração/emoção e não apenas com o cérebro (razão/inteligência) permanece gravado em nossa memória pra sempre.



Remexendo meu baú de memórias, lembro que  não buscava necessariamente um grande acontecimento, mas fatos singelos e cotidianos, como rememorar meus passeios no Parque Mãe Bonifácia com meus meninos ... Eu me punha a sentir o calor do sol cuiabano penetrando a pele, o vento morno, escutava a algazarra das crianças no parquinho de madeira que havia ali ...


A sensação era "anestesiante", me resgatava daquele ambiente de bips de aparelhos e cheiro de hospital e me transportava novamente ao convívio humano das sensações e afetos.



Hoje, procuro deixar "gravado" e em "stand by"  bons momentos e quanto aos maus, eu os aciono eventualmente a título de aprendizado.  

 

Sugiro que coloquemos em nosso baú de memórias, bons, verdadeiros e prazeirosos momentos - aqueles desfrutados quando nos dedicamos de “coração” a ele, sem a interferência da TV, do trabalho, das redes sociais e de tantas outras circunstâncias que influem para estarmos conectados a tudo e ao mesmo tempo a lugar nenhum !!

 

Lembrem-se que poderemos sacar nossa memória emotiva “de graça” e  sempre que precisarmos a fim de amenizar as nossas dores do corpo e da alma...  

 

Obs: Para refrigerar a memória, "baixei" a música "Dancing Queen" do grupo ABBA que me deu o "insight" para escrever este post.   

 

 

 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Bumerangue !






 
 

Aos amigos que lêem blog Diário de Bordo, nesses dois últimos posts modifiquei a maneira de me expressar. Talvez seja uma fase de metamorfose.

 

E nessa "metamorfose ambulante" que por ora vivencio, só consigo me expressar em versos ...
 

Me perdoem as pobres rimas.
 

Dessa forma segue mais uma poesia, desta feita com o título de “BUMERANGUE”

 

 

BUMERANGUE

 

Tal qual bumerangue
Sou lançada ao sabor do vento
Subo, plaino, desço enviesado ou em linha reta obedecendo a envergadura da minha forma.
Nesse voo rápido e por vezes solitário busco novidades e aventuras diversas.
Todavia, cumpre-me como bumerangue retornar ao “status quo” anterior.
 
 
Nesse retorno colhi aprendizados, vi cenas antes desconhecidas, senti aromas e provei a liberdade.
Assim não sou igual à dantes do voo visto ter inserido novos conceitos.
 
 
Lançam-me com força e com mais força retorno
E numa teimosia sem igual interpelo meu destino dizendo: 
- Liberta-me, quero alçar voos autônomos ..."
O destino sorri afavelmente qual adulto com criança birrenta.
E comigo “bumerangue” em suas mãos, diz:
“- Acalma-te, perdes tempo, fôlego e energia desnecessária. Aceite sua trajetória, pois assim foste moldada e construída.
Para ir e retorna-te a mim.
 
Fraquejo...
 
“- Aprenda com as informações, delicie embora que brevemente com a paisagem que escolhi pra ti, regozije ainda com prazeres efêmeros que te satisfaçam."
“ - Visualize e reflita, mas não se esqueça nunca
Sempre voltarás a Mim!!!