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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Judicialização da vida !!!


 

“Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."


 

 

 

 

 

Depois de reconfortantes 10 dias no ócio com a família, eis que o ano se inicia !!!!

 

E como é bom estar aqui e poder bradar 2 0 1 3,  aliais  adoro escrever      2 0 1 3 !!!

 

Nas folhas de cheques que preencho, sorrio de soslaio ao escrever 2 0 1 3.

 

Parece estúpido, todavia para mim que não tinha a certeza de virar o ano  estar por aqui agora tem um sabor especial a cada dia.

 

Andei refletindo acerca de alguns acontecimentos que afetaram minha vida na semana passada.

 

O espírito ainda estava envolto com a atmosfera do “dulce far niente” – doçura de não fazer nada das “férias”  e então retorno a Cuiabá.

 

Vrupt- vrupt !!!

 

Parecia uma avalanche...

 

Depois de passar 10 dias de muita união familiar e divertimento e dentre os propósitos da viagem foi angariar “ENERGIA” para 06 meses de quimioterapia que me esperavam depois da cirurgia do intestino em dezembro, fui recepcionada com a informação de que o plano de saúde que possuo não havia autorizado o tratamento quimioterapico prescrito pelo meu oncologista.

 

Putz .... foi um baque, pois havia me preparado durante esses 10 dias para estar firme na quimioterapia e então veio essa surpresa desnecessária.

 

 Lá se vai adrenalina e outros hormônios perigosos jogados na corrente sanguínea.

 

Na verdade, descobri que meu plano de saúde tem o desprazer de desgastar a nossa relação –cliente/plano de saúde -cooperativa médicos, tendo em vista que durante todo o tratamento de saúde no ano passado não houve uma só prescrição de exames, remédios e tratamentos onde não houve a necessidade de algum embate com a empresa prestadora de serviços. Tive que justificar, contestar e exigir que o plano de saúde cumprisse com o contrato.

 

Para o doente e os mais próximos que estão fragilizados com a doença é o FIM DA PICADA !!!  

 

Agora só conhecemos essa realidade - plano de saúde e cliente – quando saímos do convencional – ai sim vivenciamos a desgastante relação mercantilista.

 

 O resumo da opera e que entrei judicialmente contra o Plano e foi deferida liminar pela Justiça determinando o imediato inicio do tratamento de quimio seguindo a risca o prescrito pelo medico especialista.

 

 Ufa... Quanto aborrecimento, mas como disse anteriormente, passou a raiva e ficou a lição de sempre exigir o que nos e de direito!

 

Outro fato que marcou a semana passada foi um tombo sofrido por minha mãe de 67 anos de idade, que ao fazer sua caminhada matinal pelas ruas do bairro não percebeu um vergalhão de aço que saia da calcada de entrada de um estabelecimento comercial e veio cair, perdendo de imediato três dentes de frente da boca, além de lesionar o olho, testa joelhos e mãos.

 

 Foi um choque para todos.

 

Minha mãe é uma pessoa ativa e disciplinada e tinha por costume de caminhar bem cedinho pela manhã a fim de desfrutar dos raios solares que possuem vitaminas que ajudariam a evitar a osteoporose. Sempre foi muito cuidadosa na escolha do percurso, mas optou por caminhar pelas ruas do bairro a ficar dentro de academia, que embora possa ser segura não oferece, como ela diz: " raios solares".

 

Enfim, depois do corre corre para hospitais e dentistas, hoje se inicia o seu tratamento dentário.

 

 Esperamos que tudo de certo, mas sua segurança e auto estima ficaram abaladas. E não era para menos, né? A irresponsabilidade dos proprietários de imóveis em Cuiabá acerca da conservação de suas calçadas beira o absurdo.

 

É muito pouco caso com a população em geral e especialmente aos pedestres.

 

 Iremos levar o orçamento a empresa responsável pelo estado caótico da calcada, caso não se chegue a " acordo" entraremos judicialmente, pois a responsabilidade pela conservação da calçada é do proprietário do imóvel, conforme art. 229 do Código de Posturas do município de Cuiabá.

 

Vivemos um momento de Judicialização de nossos direitos!!!! Mas se essa for a opção do momento, que assim seja!!!

 

Hoje refletindo sobre os acontecimentos ocorridos no transcorrer da semana que se passou, percebo a maravilhosa capacidade humana de ser resiliente e por mais problemas que nos chegam as soluções sempre se apresentam, muitas vezes não tal qual desejamos ... mas tudo passa e nós nos transformamos.

Reforço a cada novo desafio a importância de alimentar a minha resiliência com pensamentos positivos, caso contrário demorarei mais tempo que o necessário para reagir aos percalços da vida.

 

Como o poema acima emprestado de Cora Coralina:  " no caminho incerto da vida o importante é  DECIDIR".


... Mas tudo isso já passou e a rotina volta a imperar.

 

 Ainda bem!!!

 

Vamos lá!!! Comprar materiais escolares, rematriculas nos cursos das crianças, uniformes, cortar cabelos, rever médicos ....

 

 É vida que segue e  é  para frente que se anda com a bagagem de  experiências boas e nem tão boas vividas !!

 

E “vamo” que “vamo” !!!

 



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Dolce Far Niente !!




Dolce Far Niente
Do italiano lit. " a doçura de não fazer nada", suave indolência ou relaxamento indulgente, o prazer de estar ocioso.




 
 
 

Foram 10 dias de ócio mental.

 

Que delícia ...

 

Sentada na cadeira, embaixo de um guarda-sol em frente ao mar, apreciando o horizonte, as ondas, o vento, o sol, as pessoas que iam e vinham, vendo meus filhos e sobrinho pularem ondas, levarem “caldos” e depois se intitularem “conhecedores das ondas”.

 

 

Me diverti por nada a fazer, nem pensar, nem decidir, nem planejar, nem... nem... nem...

 

 

Longos e bons períodos diários passei sem pensar em tratamentos médicos, exames e tudo mais.

 

 

Fiquei sentindo somente o “agora”.

 

 

Quando se fez sol fomos a praia, Corcovado e Pão de Açucar, quando amanhecia chuvoso buscávamos outras opções: cinema, shopping e Jardim Botanico (embaixo de guarda-chuvas) ...

 

 

Temperamos nossa existência nas férias.

 

 

Foram dias preguiçosos em casa (apto), lendo, ouvindo música, apaziguando “briga” entre crianças.

 

 
E os dias foram passando e de repente percebi que me sentia leve como pluma, solta, sem amarras ...

 

  

Aquela sensação de vida  “infinita” se despontava novamente.

 
 

I n f i n i t a ...

 
 


Os alarmes e temores foram desvencilhando do meu ser e a sensação de plenitude tomou conta.

 

 

Quando o frescor da percepção de liberdade invadiu minha consciência, eu me deixe levar, não exigi prazos ou condições. 
 
 
Fui ... com ela !!

 


Assim, sem me preocupar ou repensar, aproveitei até a último pedaço daquela fruta do INFINITO, lambi o sugo que escorreu pelos dedos e então olhei para frente.

 

 

Sim, para frente, para o que está por vir ...

 
 

Decidi que deixarei os momentos chegarem  de maneira simples, sem  datas ou exigências.

 

 

E na presença deles, tomarei as decisões.

 

 

Será um exercício árduo, pois terei que desconstruir uma estrutura e maquinário de vida já acostumado a viver planejando e aguardando (ansiosa) resultados.

 

Explico que não estarei vivendo sem meta ou foco, pois acredito que nos dias atuais é raro conseguir viver sem cobranças (internas e externas) e compromissos (conosco e com outros). Temos que planejar, mas quero aprender a FAZE-LO de maneira suave, sem sofrimento (ansiedade).  

 

 

E a primeira prova ou lição já aconteceu no aeroporto quando no retorno dessa brecha de liberdade.

 

 

Aguardando a hora do vôo,  começaram a chegar mentalmente tal qual atração de imã,  os compromissos e as obrigações que eu tinha para comigo e com os “meus”, contudo ao recebe-las, me mantive calma, anotei mentalmente o que era importante e o restante (lixo e apreensões) joguei fora (estão fora do meu controle) e assim a leveza do momento permaneceu comigo.
 
 
Percebi que estava interiormente “recomposta”.

 
 

Acredito que os excessos e “um pouco mais” do ano passado foram despejados para fora da minha xícara da vida, aumentando o espaço interno para o NOVO ANO.
 
 
E A VIDA SEGUE .... 


 

ps: Não consigo mais inserir imagens no post. O "sistema" mudou e como tenho mais de 20 anos não tenho aptidão para descobrir a nova formula, assim  Se alguem souber por favor me ensine.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O Marujo, o Barco e o Porto.


 
 
 
 
 
A energia proveniente da entrada de um Ano

Novo nos motiva a sonhar, planejar ...

 

 

O tempo parece infinito em seus 365 dias ...

 

 

O marujo em seu barquinho da vida vê o horizonte aberto e radiante ... planos e expectativas.

 

 

E assim ele começa 2013 navegando  sem pressa, sentindo o balançar  das ondas e a brisa quente a bater no rosto.

 

 

A expectativa que acalenta o “espírito da viagem” do marujo é a existência de um Porto Seguro para descansar entre as viagens, todavia conforme a idade que temos cada marujo idealiza o “seu” Porto Seguro.

 

 

Quando criança, o marujinho possui o barquinho “amarrado” sutilmente a barcos maiores (dos nossos pais), assim tendemos a seguir a rota traçada por eles.

 

 

Quando a pujança hedonista da juventude chega e a nossa “sutil” corda é desata dos nossos genitores, começamos a acreditar diante dessa efêmera independência que poderes especiais  nos tornam  super humanos, indestrutíveis e imbatíveis e não desejamos desembarcar em nenhum Porto, mas se o acaso nos faz encontra-lo prematuramente, buscamos imagina-lo que será suntuoso, nababesco, com festas infindas e pessoas alternativas.  

 

Já jovens adultos e depois de algumas tempestades percebemos que algumas cargas foram colocadas em nossa embarcação, tornando o percurso mais vagaroso.

 

 

Percebemos dolorosamente que a  matemática da vida não é conta só de  somar, mas temos que dividir, subtrair e multiplicar para sobreviver, caso contrário poderemos ser dragados pela existência solitária.

 

 

A maturidade chega e com ela visíveis estão as marcas no “casco”  advindas dos arroubos juvenis, das perdas, das vitórias e das superações.

 

 

O marujo aprende que só força e resistência não é suficiente e assim descobre a Resiliência, se moldando às marés e tempestades.
 
 
É certo que vez ou outra, a embarcação já cansada permite a entrada de água, mas o marujo atento logo tapa o buraco e retira a água.

 

 

Como maruja eu busco “Portos” firmes, simples e calmos. Almejo desembarques  leves.

 

 

Ao marujo afoito e despreparado restar-lhe-á  um desembarque tortuoso e tumultuado. E aos insatisfeitos inexistirá desembarque, pois estão sempre a procura de “melhores” Portos.

 

 

Para uns “Porto Seguro” é a família, a religião, o trabalho, os amigos ...

 

Penso que não importa quais sejam os “portos” de cada um, basta que tenhamos a certeza de sua existência em nossa vida.

 

 

Como marujo que já levou alguns tombos da maré continuo preenchendo e traçando minhas cartas náuticas e usando GPS´s modernos , escolhendo a carga correta para a embarcação e bons e fiéis companheiros de viagem.

 

 

A minha batalha continua em 2013 - quimioterapia, contudo nessa semana aportarei no Rio de Janeiro por 10 dias, abastecendo o convés com boas experiências com os meus familiares, para zarpar aprovisionada de Coragem, Fé, Força e Esperança de saúde melhor.