Há três anos planejo mudar do meu apartamento. Percebo que os
meninos estão em plena fase de crescimento, um com 13 e outro com 11 e requerem
espaços e ambientes melhor planejados.
Faltava-me "coragem" para enfrentar as intempéries de se construir ou reformar uma casa: financiamento, local apropriado, móveis, pintura, mobiliar, encaixotar, desencaixotar e colocar tudo no lugar.
Fiquei nesse período, quase como hobby, a ler e analisar as páginas dos Classificados da Gazeta, buscando encontrar nos anúncio "algo" que atendesse as necessidades da família.
Foram momentos de risadas e frustrações, pois quando encontrava imóvel com preço "bom" e tamanho ideal, o estado era antigo e os mais novos possuíam além de preços exorbitantes, espaços internos inferiores
Daí quando a "coragem" chegou até a "prudência", essa a recolocou no "modo" sobreviver e as energias e os esforços vitais foram desviados provisoriamente para "vencer" a doença.
E o tempo continuou a passar e lá se foi 2 anos de tratamento.
Após todo embate, a energia se restabelece ao corpo e impulsiona a alma a sonhar e sonhar como uma frase que li certa vez leva-nos a sobreviver.
Agora os passos se firmam e caminho em "verdes vales" com o horizonte se abrindo novamente.
A vontade de montar um "ambiente" seguro e agradável para todos da família me sucumbi, não mais como desejo efêmero de vaidade e ostentação, mas como refugio repousante dessa vida onde o tempo parece guiar-nos .
Reformular o ambiente doméstico, tendo agora a maturidade
ainda que "forçada" me guiando torna leve o espírito.
Família reunida, optamos (nós quatro), após saudável exercício de diálogo e "pensação", a permanecer no apartamento que moramos. Que além de ser bem localizado, possui a facilidade de contarmos como vizinhos a figura de meus pais, irmão, cunhada, sobrinho, tia, prima e avó...
Família reunida, optamos (nós quatro), após saudável exercício de diálogo e "pensação", a permanecer no apartamento que moramos. Que além de ser bem localizado, possui a facilidade de contarmos como vizinhos a figura de meus pais, irmão, cunhada, sobrinho, tia, prima e avó...
E isso meus
amigos, não tem preço.
Mãos a obra ... Contratada a arquiteta, o idealizado começa sair do lugar e a
aquela missão parece deslanchar.
Mudamos de apartamento para que a obra aconteça sem tantos
traumas e alugamos outro apartamento no mesmo edifício.
Objetos foram encaixotados, alguns reanimados na história da vida, outros continuaram adormecidos nas gavetas. Revi fotos antigas e álbuns amarelados e os livros (capitulo a parte) foram para doação. O desapego em relação aos livros é algo a ser trabalhado.
Objetos foram encaixotados, alguns reanimados na história da vida, outros continuaram adormecidos nas gavetas. Revi fotos antigas e álbuns amarelados e os livros (capitulo a parte) foram para doação. O desapego em relação aos livros é algo a ser trabalhado.
E no meio daquela confusão típica de mudança,
eis que encontro um papel solto dentro de uma pasta de Seminário de Polícia em
2004.
A escrita era de
punho por alguma colega e dizia o seguinte:
" Do rio que tudo arrasta diz-se violento, mas ninguém chama de violenta as margens que o comprimem"
" Do rio que tudo arrasta diz-se violento, mas ninguém chama de violenta as margens que o comprimem"
Bertold Bretch.
Parei e me pus a refletir acerca dessa frase de profundidade tocante. Buscando repensa-la não no sentido de repressão social par qual foi criada, mas no contexto individual.
Parei e me pus a refletir acerca dessa frase de profundidade tocante. Buscando repensa-la não no sentido de repressão social par qual foi criada, mas no contexto individual.
Sim! É verdade!!
Reprimimos nossas vontades, ignoramos ou cerceamos sentimentos e desejos. Damos nova roupagem, com diversa qualidade ou intensidade.
Enfim, nós nos tornamos nossa própria "margem" ... E para piorar, não satisfeitos, queremos ser "margem" na vida de
outros!!!
Valha-me ...
Valha-me ...
Que a margem exista e cumpra o seu papel, nos guie e oriente, mas nunca
nos oprima.
Que a turbulência desse rio mantenha a “margem” atenta, mas
não a torne déspota de suas vontades.
Eu sou minha própria margem...
ResponderExcluirTenho esse costume de impor limites (limites e não metas) a minha vida.
Quando percebo já fiz...
Muito boa reflexão.
Abs
Isso mesmo... Pddemos ser a margem de nós mesmos estando atento a sinuosidade dos rios que percorremos. bjos amiga, vc é uma grande incentivadora.
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