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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

È possível erradicar o cancer ? Estudos e entrevistas...




Em março comecei a ler o livro chamado " O Imperador de todos os Males" - Uma biografia do CÂNCER - escrito pelo médico oncologista indiano SIDDAHARTHA MUKHERJEE.

O livro foi vencedor do Pulitzer de não ficção de 2011. 

O médico-autor busca contar a história do cancer (como uma biografia), trazendo informações dos primeiros dados, tratamentos e formas médicas e científicas de encarar a doença, conforme suas palavras, o desejo era " penetrar a mente dessa doença imortal, para compreender seu comportamento e desmistificar seu psiquismo.

 
 Sua indagação principal é se a morte do câncer é concebível no futuro? E se será possível erradicar esta doença de nosso corpo e de nossa sociedade para sempre? 

Destaca que o câncer não é uma doença nova, na verdade a "certidão de nascimento" do câncer foi encontrada num papiro egípcio do século VII a.C., em que um médico descreve uma "massa saliente no peito" para a qual o tratamento "não existe".


Acrescenta que não houve relatos à doença antes do século XVI . Concluindo que segundo seus estudos, o motivo é simples, as pessoas morriam novas de outros flagelos como tuberculose, cólera, varíola, peste ou pneumonia.

Assim com o prolongamento da vida humana, o câncer começou a aparecer de maneira mais visível nos dados e estatísticas médicas,  sendo que o  câncer é uma moléstia da civilização moderna, tendo sido levado para o primeiro plano só na metade do século XX, quando iniciou a batalha épica da medicina contra um mal cuja causa era desconhecida.

Ainda não terminei o livro acima citado, dei uma parada estratégica, pois estava fazendo quimioterapia e a leitura das aventuras e inúmeras desventuras humanas para desvendar o mecanismo do câncer comecou a me deixar meio "pra baixo".

Suspendi a leitura e comecei a ler de novo agora que passou a fase da quimioterapia.    



Outrossim, neste blog apresento  o site da Oncoguia -  www.oncoguia.org.br - que traz atualizados assuntos relacionados ao tema  câncer, tais como tratamentos, dicas, estudos, entrevistas, notícias, blogs, informações e etc

Além da Oncoguia, também tenho lido várias reportagens, bem como ouvido dos oncologistas acerca da possibilidade de  mediante a descoberta de novos remédios e pesquisas, num futuro que espero não muito distante tornar o câncer uma doença crônica.


Já tivemos ao longo da história, doenças consideradas mortais à época e que com as pesquisas médicas e farmacêuticas tornaram-nas crônicas, como a tuberculosa e a própria AIDS.

 
Repasso a vocês para leitura, duas reportagens/entrevista colhida do site do Oncoguia sobre o tema.


Câncer tem cura?

Equipe Oncoguia
         
Como toda doença, alguns tipos de câncer têm cura e outros não. Tudo depende essencialmente do tipo de tumor maligno e do estágio em que esse câncer se encontra. As possibilidades de cura estão diretamente relacionadas com tempo em que o tumor é detectado no paciente. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais chances de o tratamento dar certo. Se o diagnóstico for feito tardiamente, o índice de cura do câncer diminui e complicações podem aparecer mesmo depois de esse tumor ter sido tratado.


É importantíssimo lembrar que mesmo pacientes que não têm cura podem viver por muitos anos com boa qualidade de vida, com a doença controlada e tratada, como qualquer doença crônica. Isto é comum em oncologia, portanto, ainda mais por esta razão, todo caso de câncer, mesmo em fase adiantada, deve ser visto por um oncologista.


Lembre-se que muitos tipos de câncer podem ser curados e outros podem ter tratamentos que proporciona uma vida relativamente normal. Geralmente, o câncer necessita de um tratamento prolongado. A doença não tratada pode agravar-se, invadindo órgãos do corpo de maneira generalizada, impedindo o funcionamento normal do organismo e levando à morte.


Nos primórdios do século XX, a sociedade enxergava o câncer como uma condenação à morte o que fez com que muitas pessoas não acreditassem que um tratamento adequado pode levar, sim, à cura do câncer. A Medicina e outras ciências, nos últimos anos, acumularam conhecimentos suficientes para chegar à cura de vários tipos de câncer. O importante é descobrir o câncer no início e tratá-lo adequadamente.


O surgimento de novas técnicas de diagnóstico e os esforços de pesquisadores das mais diversas áreas sobre o câncer permitiram que avanços voltados para a cura do câncer fossem atingidos. Basta olharmos para a situação que ocorria há 10 ou 20 anos. Atualmente, é importante lembrar que o câncer é uma doença que, em alguns casos, só tem cura se detectado no início. No entanto, a alta incidência de câncer e o estágio em que, infelizmente, é detectada a maioria deles, fazem com que o câncer continue sendo um estigma ou mesmo um tabu para muita gente.

A falta de informação aliada à crença de que o câncer não tem cura acaba por gerar uma atitude de medo. Esse receio faz com a pessoa não queira saber se tem algum tumor maligno logo no começo da doença. É uma pena porque nos estágios iniciais as possibilidades de cura do câncer são bem maiores.


Se pensarmos em termos estatísticos, podemos afirmar que o câncer é a doença crônica mais curável atualmente. Cerca de 50% dos casos, nos países desenvolvidos, são curados. No Brasil estima-se que este número seja menor, devido ao fato de que os diagnósticos são feitos bem mais tardiamente.


Podemos, portanto, concluir que há casos de câncer que têm cura e outros não. A probabilidade de cura depende basicamente do tipo de câncer e do seu estágio. Alguns tumores malignos têm alto índice de cura mesmo em fases avançadas. Outros tipos de tumores malignos que se espalham rapidamente pelo sangue, para outros lugares do corpo ou insistem em voltar, apesar dos tratamentos disponíveis já são mais difíceis e apresentam baixo índice de cura e mais complicações.




NOVOS REMÉDIOS TORNARÃO CANCER UMA DOENÇA CRÔNICA








O cirurgião oncologista Rogério Neves acredita que estamos entrando em uma nova era no combate ao câncer. Com a descoberta de novos tratamentos específicos para cada tipo de tumor, em pouco tempo a doença poderá se tornar crônica, sem necessariamente matar os pacientes. Brasileiro, Neves é professor da Penn State University, nos Estados Unidos, onde é diretor do Programa de Melanoma e Oncologia Cutânea e está diretamente envolvido na pesquisa de novas drogas para o câncer de pele. Ele esteve em São Paulo, onde participou do XIV Congresso Mundial de Câncer de Pele, que termina neste sábado. Neves falou sobre as terapias alvo para o carcinoma basocelular. Em entrevista ao site de Veja, Neves fala sobre os novos tratamentos que compara o novo momento do combate ao câncer à descoberta da penicilina e afirma ainda que o que podemos esperar do futuro.




Por que temos visto tanto avanço no combate ao câncer?





 Isso começou há menos de 20 anos, com os projetos de leitura do genoma do câncer. Naquela época, levava dois anos para sequenciar um tumor. Hoje, faço isso em meu laboratório em uma hora. Ficou muito mais fácil saber as diferenças entre os tumores. Antes, quando nos deparávamos com o mesmo tipo de câncer, no mesmo lugar, em dois pacientes, não víamos diferença. Mas de repente percebíamos que um deles era mais agressivo: uma pessoa morria dentro de três meses, a outra estava viva três anos depois. A gente não sabia por que isso acontecia. Era claro que havia alguma coisa diferente dentro do tumor, mas não sabíamos o que era. Agora estamos começando a descobrir. São genes diferentes, que são ativados ou desativados dependendo do caso, ou proteínas que são expressas dependendo da circunstância. Sabendo disso, conseguimos inventar terapias alvo, voltadas para cada tipo específico de câncer.







O que essas terapias significam na luta contra o câncer? Estamos perto de uma cura?





Eu não acredito que vamos encontrar a cura do câncer, nem em três gerações. Até porque temos muitos tipos de tumores, mais de 300. O que vai acontecer é que para a geração dos meus filhos, a maioria dos cânceres vai ter se tornado uma doença crônica. Uma doença com a qual a pessoa vai poder conviver, sem necessariamente morrer por causa dela. Numa hora, um tumor vai aparecer, e o médico vai retirar, numa outra, o paciente vai ter que trocar o tratamento. Mas ele vai continuar vivo.

Vai ser parecido com o tratamento atual contra a Aids, onde o paciente consegue controlar a doença ao consumir um coquetel de remédios?





Vai ser exatamente igual. É isso que estamos buscando. Para tratar o melanoma, por exemplo, já estão surgindo coquetéis de medicamentos. O objetivo é controlar os vários caminhos pelos quais o câncer pode crescer. Novas drogas estão surgindo num ritmo incrível. Na área do melanoma, não surgia nada novo há 30 anos. Isso é muito excitante.



E como a comunidade médica está reagindo a essas descobertas?


 Tente imaginar como foi quando descobriram a penicilina, o tanto de vidas que puderam ser salvas. É assim que estamos nos sentindo nesse momento.

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