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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Julgamentos !!!



 



Li um artigo inspirador de Saulo Gouvea que escreve aos domingos na coluna Seu Bolso  para o Jornal  A Gazeta.
 
O texto conta uma lenda taoista acerca de um ancião que morava em uma pequena vila nas montanhas e com serenidade e simplicidade demonsta às pessoas daquele vilarejo a  não antever e julgar antecipadamente os acontecimentos da vida, definindos-os de antemão como benção ou desgraça.
 
É quase que intrinseco ao ser humano (ocidental) querer julgar e sentenciar os acontecimentos do cotidiano.
 
Assim, tão logo algo positivo ou negativo nos aconteça já queremos definir de maneira simplória se é ruim ou bom. 
 
 Fazemos conjecturas ... lançamos brados contra a realidade dura, sem nos ater  aos “fatos”, “razões” e “consequências” ainda que estão porvir.
 
Nada sabemos das curvas e bifurcações da vida e muitas vezes queremos seguir pelos atalhos, no ensejo de diminuir o aprendizado/sofrimento.
 
Às vezes, somos  capazes de superdimensionar uma dor/perda/mudança causando mais dano (saúde, emocional) a nós próprios e aos mais próximos do que o fato em si causaria.
 
Diante de obstáculos deixamos que a comodidade da mesmice de sempre nos enfraqueça. 
 
Julgamos .... Julgamos ... e nos tornamos algozes de nós mesmos.
 
Quantas vezes ouvimos relatos de alguém que ao perder um emprego, pensou que o mundo havia acabado e posteriormente encontrou outro melhor, ou aquele que foi transferido de um setor no trabalho para outro e que depois descobriu ser compensador financeiramente ou emocionalmente. 
 
Desconhecemos muitos dos “por quês” da vida  em si e eu travo esse embate diariamente. Ter serenidade, resignação  e força para lutar pelo que vale a pena é um exercício que devo fazer rotineiramente.
 
 
Convido a vocês a apreciar a leitura do texto abaixo, retirado do site Seu Bolso.
 

 

O Taoismo é uma tradição filosófica e religiosa originária da China que enfatiza a vida em harmonia com o Tao. O termo Tao significa "caminho", "princípio". Em uma grande lição do Taoismo conta-se que havia numa aldeia um velho muito pobre, que até reis o invejavam, pois ele tinha um lindo cavalo branco. Reis ofereciam quantias fabulosas pelo cavalo, mas o homem dizia: - Este cavalo é especial para mim, um amigo e companheiro. E como se pode vender um amigo? O homem era pobre, mas jamais vendeu o cavalo.
Numa manhã, descobriu que o cavalo não estava na cocheira. A aldeia inteira se reuniu e disseram: - Seu velho bobo! Sabíamos que um dia o cavalo seria roubado. Teria sido melhor vendê-lo. Que desgraça! O velho disse: - Não cheguem a tanto, simplesmente digam que o cavalo não está na cocheira. Este é o fato, o resto é julgamento. Se se trata de uma desgraça ou de uma bênção, não sei, porque este é apenas um julgamento. Quem pode saber o que vai se seguir?
As pessoas riram do velho. Elas sempre acharam que ele era um pouco louco. Mas, quinze dias depois, de repente, numa noite, o cavalo voltou. Ele não havia sido roubado, ele havia fugido para a floresta. E não apenas isso, ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo. Novamente, as pessoas se reuniram e disseram: - Velho, você estava certo. Não se trata de uma desgraça, na verdade provou ser uma bênção. O velho disse: - Vocês estão se adiantando mais uma vez. Apenas digam que o cavalo está de volta... quem é que sabe se é uma bênção ou não? Este é apenas um fragmento. Você lê uma única palavra de uma sentença - como pode julgar todo o livro?
Desta vez, as pessoas não podiam dizer muito, mas interiormente achavam que ele estava errado. Doze lindos cavalos tinham vindo, o velho tinha um único filho, que começou a treinar os cavalos selvagens. Uma semana mais tarde, ele caiu de um cavalo e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, julgaram. Elas disseram: - Você tinha razão novamente. Foi uma desgraça. Seu único filho perdeu o uso das pernas e na sua velhice ele seria seu único amparo. Agora você está mais pobre do que nunca. O velho disse: - Vocês estão obcecados por julgamento. Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe se isso é uma desgraça ou uma benção. A vida vem em fragmentos, mais que isso nunca é dado.
Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram forçados a se alistar. Somente o filho do velho foi deixado para trás, pois recuperava-se das fraturas. A cidade inteira estava chorando, lamentando-se, porque aquela era uma luta perdida e sabiam que a maior parte dos jovens jamais voltaria. Elas vieram até o velho e disseram:
- Você tinha razão, velho - aquilo se revelou uma bênção. Seu filho pode estar aleijado, mas ainda está com você. Nossos filhos foram-se para sempre.
O velho disse: - Vocês continuam julgando. Ninguém sabe! Digam apenas que seus filhos foram forçados a entrar para o exército e que meu filho não foi. Mas somente Deus sabe se isso é uma bênção ou uma desgraça.
Evite julgar, estatelar nos processos o que não são um fim em si mesmos, ficar valorizando fragmentos de uma situação, assim, você não pulará para as conclusões a partir de coisas pequenas. O ideal é crescer com as experiências, ir em frente, seguir os caminhos aceitando com resignação as ocorrências que não podemos mudar e agindo pro-ativamente quando podemos tornar algo mais nobre, feliz.
Na verdade, a jornada é infinita e a felicidade está no caminhar, uma etapa não é o fim e sim o início de outra. Vamos viver este momento com gratidão e avançar rumo ao infinito. Pense nisso, mas pense agora.
Saulo Gouveia (www.seubolso.net)

2 comentários:

  1. Carla
    Seu blog ficou lindo! Amei! Vou linkar!
    Esse texto que o Saulo postou eu também achei sensacional.
    Parabéns!
    Escrever é muito bom!
    É uma das formas mais gostosas de desabafar!

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  2. É verdade Tania, escrever é a melhor das terapias ... Vindo de vc o elogio quanto a escrita tem um valor maior !!! kkkkkk Afinal vc escreve mto bem e já li vários dos seus artigos. Um beijão.Carla

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