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domingo, 2 de junho de 2013

Probabilidades, sorte ou azar?




Na semana passada fiquei pesarosa com a notícia veiculada na imprensa acerca do nosso Mão Santa – Oscar Schmitd. Campeão Pan Americano de basquete de 1987 e alguém que possibilitou a mim e muitos brasileiros daquela década a alegria de assistir pela TV a derrota dos EUA para o nosso time tupiniquim.

 

Como guerreiro que sempre foi, Oscar encara o diagnóstico do câncer com uma luta e diz em alto e bom som que ele vencerá a doença e que o câncer escolheu o "cara errado". 

 

O que me chamou atenção em uma das suas declarações para a imprensa foi ter dito que:  "Nunca fumei, bebi, droguei, dopei. Nunca fiz extravagância nenhuma. Uma mulher só. Se tinha um cara exemplo para viver os até os 90  anos, sou eu. Vai entender. Minha vida foi tão bonita, repleta de coisas. Isso aqui, eu vejo o carinho. Nunca tive tanta mensagem de apoio. Nunca soube que era tão querido."
 

 

Obviamente me identifiquei com os sentimentos do Oscar, pois passo por circunstância similar. Nunca fui “avançada”, passei minha adolescência lendo livros de romances. Nunca gostei de beber ou fumar, digo que até tentei ambos para “enturmar” mas não consegui gostar do sabor e cheiro.

 

 

Assim, comecei a analisar a declaração de Oscar acerca de sua vida saudável e em como a sorte, o azar e o provável pode influir na vida de qualquer mortal.

 

 
Vejamos o exemplo dos jogadores de futebol. Antigamente as estatísticas e probabilidades não faziam parte do jogo. Deixava-se para sorte ou o azar a responsabilidade das derrotas e vitórias. Hoje quando o jogador chuta a bola na cobrança de pênalti já lhe foi repassado todas as estatísticas sobre o lado preferido de caída daquele goleiro, assim como o goleiro sabe mediante as estatísticas, da preferência de chutes daquele jogador.

 
 
O que é provável, o que é ponderável, o que é sorte ou azar?

 

 

De acordo com a Wikipedia:

 

 A palavra probabilidade deriva do latim probare (provar ou testar). Informalmente, provável é uma das muitas palavras utilizadas para eventos incertos ou conhecidos, sendo também substituída por algumas palavras como “sorte”, “azar”,  dependendo do contexto

 

Para a neurologistica a sorte é consequência da conduta gerada por um comportamento continuado e insistente, marcante ou não. Falar sempre a palavra "azar" ao invés de "sorte" podem, conforme a teoria, levar ao sucesso ou ao azar por criar toda uma malha de comportamentos derivados da essência neurolinguística da palavra, que contaminaria todo o restante do comportamento. Assim, ela torna-se também uma hipótese de didática, e também uma possibilidade comportamental relacionada ao sucesso.

 

Para o imaginário popular, a sorte é um elemento real, presente e ativo no cotidiano. Porém para a ciência, não há meios de se provar que ela existe realmente, e portanto, é uma denominação adequada a uma sequência de eventos cuja importância fantástica leva a classificação na categoria das ocorrências dominadas pela sorte.

 

 

Inúmeros artigos tem sido escritos nos jornais e revistas e passado na televisão quase que diariamente sobre a necessidade de vivermos uma vida saúdável, com alimentação balanceada, exercícios e longe do cigarro e excesso de bebida.

 

Durante o último ano, tenho ouvido alguns me indagar:” mas como isso foi acontecer com você que não bebe ou fuma e tem vida saudável?”

 
Uns responderiam “azar”, “coisa do destino”, “karma”. Talvez tudo isso e um pouco misturado com sorte.

 
Hoje acredito que se olhar para o lado positivo (e sempre há um lado positivo) tive sorte por ter escolhido consciente ou não uma vida saudável, pois o que seria de mim ao fazer um tratamento de alta toxicidade como esse e veja que já passei por 05 cirurgias, 03 só no ano passado, além das sessões de quimioterapia que faço há 01 ano e quatro meses. Como seria minha recuperação e embate contra o câncer se não tivesse tido uma vida pregressa saudável?

 


De maneira alguma, desejo apontar o dedo para quem viva de maneira diversa. Cada qual sabe de sua vida e responsabilidades, contudo prefiro acreditar na idéia de que podemos fazer novas e boas escolhas.

  
 
Li uma reportagem que falava sobre a sorte. O texto dizia que sorte é acaso, mas que podemos influenciar esse acaso a nosso favor: basta encontrarmos algo lógico naquilo que parece aleatório.  

 

Tecia a reportagem que o ser humano vem fazendo isso há muito tempo. Na questão do clima, por exemplo. Num dia chove, no outro faz sol. Essa alternância não tinha nenhum sentido para os homens das cavernas. Parecia apenas uma questão de sorte. Mas aos poucos, nossos antepassados foram decifrando a lógica daquilo. A humanidade inventou o primeiro calendário, e a partir daí percebeu que existiam anos, meses e estações, épocas em que a probabilidade de chover ou fazer sol é maior ou menor. E isso permitiu que fizéssemos nossa primeira grande invenção: a agricultura.

 

 Sabendo a melhor época do ano para plantar e colher, o homem se tornou capaz de produzir a própria comida. Analisou o que parecia indefinido (o clima), encontrou uma lógica naquilo (as estações), calculou as probabilidades (de chuva ou sol) e as explorou. Em suma: controlou a própria sorte. Isso aconteceu muitas vezes na história (as grandes navegações, por exemplo, só foram possíveis porque a humanidade encontrou lógica no movimento aparentemente aleatório dos astros e das marés).

 

E pode acontecer na nossa vida.


Nós podemos ajudar a nossa própria "sorte" e fazemos isso quando estamos abertos e atentos para ouvir aos sinais que a vida nos dá. A vida é generosa  e ela oferece esses sinais cotidianamente.

Ser "avestruz", enfiando a cabeça no buraco e fingindo que nada está acontecendo, deixando à sorte ou ao azar a responsabilidade dos acontecimentos de nossa vida é compactuar com a derrota.

Então, vamos agir favoravelmente e quando vale a pena ao percebemos que o nosso relacionamento afetivo ou profissional está descambando para o fim  ou quando temos sintomas e não procuramos médicos  para nos tratar, fingindo que o "problema se resolverá sozinho".


Invistamos em nós mesmos!!!

Essa atitude é intrínseca de cada um!!


Ninguém pode fazer por você!
 


Vamos no dia a dia ter a coragem de fazer algo aparentemente muito simples: nos comportarmos como se você fossemos uma pessoa de sorte (e nós somos).


De acordo com a revista uma pessoa é sortuda porque se comporta de maneira sortuda. Como coisas boas acontecem para quem age com otimismo e está aberto às oportunidades, os sortudos se beneficiam de um ciclo virtuoso de sorte: eles se consideram sortudos e, a partir dessa crença, agem do jeito certo para aproveitar a sorte.

 

O azarado se irrita na fila do supermercado, evita conversas com estranhos e, quando aceita trocar algumas palavras com alguém, frequentemente está preocupado com outra coisa - a ponto de não perceber que está diante do amor da sua vida ou de seu futuro empregador. Depois de jogar uma oportunidade fora, evita passar debaixo de uma escada, uma superstição boba e vazia.

 

Enquanto isso, o sortudo aproveita a fila para bater papo (porque as pessoas que se consideram sortudas, como ele, exibem em média 27% maior extroversão em testes de personalidade). E descobre que o cara da frente está vendendo um ótimo carro, justamente aquele modelo que ele queria, na cor que ele queria, e com um preço incrível. Mais tarde, ao contar aos amigos, diz que deu sorte de cair justo naquela fila. Percebeu? Em ambos os casos, a situação e o contexto são exatamente os mesmos. Só muda o que cada um fez deles.

 

 E esse é o segundo eixo da sorte: a capacidade de transformar encontros casuais em situações positivas. Porque sorte é, sim, uma questão de comportamento.

 

Nosso Mão Santa age como igualmente a época de sua vida de atleta, quando se dedicou com afinco ao esporte, tendo foco, superando metas e estatísticas. Não se deu por vencido. Assim reproduzirá essa força na luta para vencer o  “azar” da doença.

 

Ele deve estar se preparando para tirar proveito  e “sorte” de poder aprender, ainda que de maneira “sofrida” um  novo conceito da arte de viver e sobreviver, aprender que se vive o hoje, que não temos total controle de nossa vida, que a vida é simples, que a família é tão importante quanto o ar que respiramos, que devemos nos desobrigar de compromissos que não são nossos e que não podemos mudar, que devemos aceitar que somos falíveis assim como são nossos amigos, conhecidos e familiares, que o perdão liberta, que a vida é linda porém curta e que viver é um Presente de Deus!!!     

 

Então da próxima vez que você perder o voo,  tropeçar na rua, pegar uma fila imensa, se atrasar para o trabalho ou se deparar com algum contratempo que pareça azar, lembre-se, pode ser seu dia de sorte!!!


 

 "
 

 

 

 

 

2 comentários:

  1. Oi Carla!
    Adorei a leitura. Como sempre muito edificante. De coisas (aparentemente) ruins a coisas boas, devemos ficar atentos às mensagens.

    Cheguei ontem do Chile e tive "sorte".
    Comprei alguns passeios por uma agência aqui da Várzea Grande.
    O primeiro dia seria para Vinã Del Mar e Val Paraíso. A guia que foi nos buscar no aeroporto fez uma confusão e acabou nos levando nesse dia para um City Tour pela manhã e combinou de nos levar a vinícola Undurraga à tarde.

    Para a nossa surpresa na hora do almoço ela nos informou que este passeio foi comprado com outra agência (já não havia mais tempo hábil para fazê-lo). Perdemos a tarde, ficamos dormindo no hotel.

    O pessoal da outra agência nos ligou e agendou Val Paraíso e Vinã Del Mar para o dia seguinte. Choveu! Para compensar o dia chuvoso o guia nos ofereceu um passeio até a casa de Pablo Neruda, em Isla Negra, não incluso no passeio. Não haveria tempo para fazê-lo em outro dia, pois, dura meio dia. Foi simplesmente sensacional e não estava na nossa programação!

    Então, a agência ligou e agendou o passeio da vinícola para sábado na parte da tarde. Para não perdemos a oportunidade de conhecer a vinícola teríamos que abrir mão de passar o dia na Cordilheira dos Andes. A princípio a programação era conhecer a neve. Então, a saída era subir a Cordilheira, fazer algumas fotos e voltar correndo para conhecer a vinícola. Resolvemos abrir mão da vinícola.

    Moral da história: naquele dia a Estação de Ski de El Colorado foi aberta para esquiar. Acabamos fazendo aulas e "aprendemos" a cair com muito estilo na neve (com skis nos pés).

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  2. Mais um bom exemplo do que seja sorte e azar, né?
    Vi as fotos no Facebook: a neve, os Andes, a casa de Pablo Neruda. Tudo muito lindo!

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