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domingo, 28 de julho de 2013

A mala sem alça e o zíper estragado ...




A vida nos presenteia com experiências que podem nos levar ora a aprender com elas ora a repeti-las posteriormente...

Desejando oferecer a meus filhos, marido e a mim mesmo uma atmosfera diferente de doenças, tratamento, quimioterapia ... Resolvemos viajar.

O medo era grande pois eu ainda não estava restabelecida da ultima quimio, os efeitos ainda se faziam presentes, contudo permanecer aqui era mais danoso para meu emocional.

Assim passamos 10 dias fora.

É lógico que obedecendo as outras necessidades e visando o menor desgaste físico possível.

Valeu a pena, nos divertimos muito, relaxamos dos problemas e cheguei  "
 a capa da gaita" pelo esforço realizado, contudo extremamente aliviada da carga da "mala sem alça" do cancer.

Desfeitas as malas de viagem, corri para colocar a casa em ordem e quando vi já era quarta feira.

Tomei coragem e agendei os exames de rotina para checagem do estadiamento da doença. 

Sofri um pouco, pois o medo sempre nos faz companhia nesses momentos, xinguei a "mala sem alça" do cancer que eu havia me esquecido de como era trabalhoso e pesado de carregar.


Até que descobri que outras coisas podem acontecer a uma mala além de perder a alça. O ziper  pode estourar, as rodinhas se  quebrarem ou sofrer qualquer outro dano em sua estrutura tornando a nossa vida mais " difícil".

Dessa forma, na quarta feira comecei após o almoço a sentir um dor terrível nas costas e fui parar no Pronto Atendimento.

Medo, choro, raiva e dor ...
 
Insuportável! Só morfina me sossegou!!! E veja que eu me achava uma expert em "dores".

O diagnóstico - pedra nos rins, na verdade já haviam se deslocado do rim e estavam localizadas no ureter esquerdo, mas não haviam saído ainda.

Retornei para casa sedada e com medo terrível do retorno da dor.

E ela voltou - Não com a mesma intensidade e agora já controlável com remédios, todavia dor é dor.

O médico sugeriu que esperasse um pouco para ver se as pedras não sairiam naturalmente.

Esperei dois dias e já no sábado me dirigi para o hospital pela manhã para fazer a Tomografia do Abdômen e retirar as pedras numa pequena cirurgia.

SURPRESA!!!!

As pedrinhas haviam saído espontaneamente (após muita reza!!)

Ficamos todos felizes!!!

Ufa ...

Hoje acordei com uma sensação de leveza, levantei-me e tomando o café da manhã, desvendei o mistério da leveza na alma e no corpo.

Entendi que eu ainda carrego a " mala sem alça" de estar em tratamento do  cancer, mas agora o zíper estourado (pedras nos rins) haviam sido consertados ...

Moral da estória
Alternativa:

A) Mais vale uma doença antiga do que uma nova?

B) Não reclame que algo pode piorar?

C) Ande sempre com a ferramenta ou mala sobressalente ?

D) todas as respostas anteriores

Aprendi minha lição do dia e carrego a minha mala sem alça sem muito reclamar ... Só de vez em quando reclamo para não me acomodar.
 
Ah, lembrando que as vezes na vida, carregamos malas com rodinhas perfeitas, outras vezes carregamos malas vistosas e de alças reforçadas, outras vezes carregam nossas malas e outras vezes nos vemos diante da mala sem alça ou rodinha e de zíper estragado ...
 
A solução, satisfação e desempenho depende de nossa própria maneira de ver o mundo - otimista ou pessimista!! 


2 comentários:

  1. Oi Carla!
    Coloquei a leitura em dia. Li os 3 últimos posts e como sempre aprendi mais um pouco com você.
    Espero que o "zíper" não volte a estourar e que a "mala sem alça" esteja com boas rodinhas para deslizar.
    Bom retorno!
    Abraços

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  2. Olá Tania!!!
    Para me precaver do "acaso" estou andando com ferramentas para eventualidades da mala já sem a alça ... kkkkk. No afã de melhor reagir!!
    Bjos
    Carla

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