"Aquilo que a memória amou
fica eterno.”
Adélia Prado
Nessa busca interior por mudança e transformação, tomei a primeira
atitude outrora atípica.
Quebrei alguns paradigmas
embutidos nos pensamentos castrantes que por vezes me prendem em gaiolas e formatam
um jeito de ser que não me é próprio.
Decidi aproveitar com
minha família as benesses de São Paulo em pleno mês de outubro.
E por que outubro ?
Racionalmente pensado os
efeitos da quimio haviam passados, a doença está “controlada” e em São Paulo
ocorreria o mega evento do Salão do Automóvel (que só acontece de dois em dois anos) – desejo de consumo das minhas
crianças e do marido.
Assim desfrutamos de
maneira extemporânea as nuances de uma megalópole como São Paulo.
E isso não tem preço !!!
E isso não tem preço !!!
As algemas mentais e óbices interpostos
por mim durante os 04 meses que antecederam a ida foram inúmeros.
De um lado da balança pesavam: as aulas na escola, reposição de provas, apresentação de trabalho, aulas de inglês, kumon e futebol, a quebra do ritmo de estudo ....
Mas do outro lado da balança brilhava: a alegria de desfrutar o inédito com as crianças, o brilho nos olhos diante da perspectiva do novo e o aprendizado empírico da viagem em si.
De um lado da balança pesavam: as aulas na escola, reposição de provas, apresentação de trabalho, aulas de inglês, kumon e futebol, a quebra do ritmo de estudo ....
Mas do outro lado da balança brilhava: a alegria de desfrutar o inédito com as crianças, o brilho nos olhos diante da perspectiva do novo e o aprendizado empírico da viagem em si.
Fizemos então um “acordo”
familiar, onde a despeito da ausência nas aulas haveriam listas de tarefa e exercícios
de Kumon a cumprir.
Comparamos a província com
a metrópole, as diferenças e as vantagens no modo de viver, no trânsito caótico,
nas facilidades e oportunidades de cursos, estudos em São Paulo...
Ficamos maravilhados com
a arquitetura dos prédios, com os viadutos, constatamos as diferenças sociais e
econômicas explícitas e antagônicas, onde os arranha-céus dividem com os
puxadinhos o mesmo espaço territorial em plena Marginal Pinheiros.
Rimos muito, tivemos
momento de ócio puro, deleitamos em alegria o simples fato de estarmos vivos e juntos.
A leveza mental e da
alma repôs toda a energia corpórea desprendida ao se tentar acompanhar a vivacidade
de dois jovens garotos.
Chegamos leves e completos, por ter valido a pena.
Chegamos leves e completos, por ter valido a pena.
No texto, o autor diz que o tempo é apenas um fio. E nesse fio vão sendo enfiadas todas as experiências de beleza e de amor que passamos, como um por do sol, uma carta que se recebe de um amigo, o cheiro do jasmim, a sopa borbulhante sobre o fogão...
Acrescenta que a nossa
vida é um álbum de minissonatas e não uma sonata sem fim (eterna), porque a
eternidade não é o tempo sem fim, mas o tempo completo e cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade.
E que venham outras memórias
singelas e amorosas como esse passeio para preencherem meu álbum de minissonatas eternas, pois como Adélia Prado escreveu:
" Aquilo que a memória amou fica eterno."
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