" E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível ..." Camus
Fui ao Hope Hari - um parque de diversão localizado a 72 km da capital paulista quando estive em São
Paulo mês passado.
As crianças estavam
excitadas diante da expectativa do passeio e "São Pedro" colaborou trazendo um dia lindo, com
sol firme e temperatura agradável para cuiabanos, mas quente para paulistas.
Chegamos ao parque e deparamos com uma
imensa fila. Tínhamos aprendido que em São Paulo as filas são imensas, encontradas até em banheiro de shopping center, mas nada conteria nosso propósito daquele dia que era nos DIVERTIR.
E divertimos a beça, a
despeito das filas encontradas em frente
a cada brinquedo, que nos obrigava a aguardar por 01 hora (média) antes de entrar.
A fim de conter múrmurios lamuriosos das crianças, eu falava que a espera era para causar mais
frisson e valorizar o brinquedo.
Passado o portão de
entrada, abriu-se um leque de opções de diversão, contudo corremos para a maior
atração aberta do parque – a montanha russa. De acordo com as informações
colhidas na internet o Montezum (nome da montanha russa) é a maior montanha russa de madeira da América Latina, são 1030 metros percorridos em apenas 02 minutos, numa velocidade de 103 km/h.
Adrenalina pura !!!
Adrenalina pura !!!
Poder enfrenta-la era uma
revanche especial para Túlio, meu filho mais velho, que há 04 anos foi impedido
de entrar no brinquedo pois não tinha altura mínima exigida.
Ele foi na frente,
puxando-nos.
Lembro-me que quando
adolescente, eu adorava montanhas russas e aventuras do gênero. O prazer em “testar”
minha coragem sempre foi superior ao medo do desafio.
Conversei com meus “botões”
(a emoção e a razão) e ambos concordaram que depois desse ano tumultuado e
desafiador eu devia seguir em frente e me “jogar” na alegria e no lúdico das crianças e somente isso me
importava naquele momento.
Medi na tabela postada na
frente da atração a altura do meu caçula e “pimba” ele media 01 cm a mais do mínimo
exigido – 1.40 cm.
Tudo estava dando certo.
Eram jovens em sua
maioria, valentes e desafiadores no modo de vestir e se postar diante dos
outros. Cabelos estranhos, cores apelativas, tatuagens, piercings, risos
nervosos, bravatas sem fim.
Os que caminhavam pelo
portão da saída depois de haverem conquistado a Montanha Russa nos contagiavam
com um alegria quase histérica, aquela aonde
a adrenalina do medo foi vencida pelos hormônios injetados diante da vitória pessoal
de terem enfrentado o grande desafio.
Ficamos motivados !!
Nesse meio tempo e no exercício salutar de mãe olhava com atenção o comportamento do meu “picachuzinho” Tiago de 10 anos que tem o estilo “precavido” para aventuras.
Eu o senti meio tenso e
resolvi interferir naquela batalha interna que ele parecia estar travando e ponderei:
“ Filho, a decisão é sua, se você quiser sair e só dizer que nós saímos da fila,
talvez agora não seja o seu momento de subir, mas lembre-se que os medos
existem para serem enfrentados.”
Ele me olhava nervoso,
com um “que” de querer ficar para se mostrar seguro ao irmão mais velho e ao mesmo temeroso diante
do desafio.
Enfim, uma hora e vinte minutos de espera na fila e já defronte
a catraca de entrada dos carrinhos, ele se virou e me disse que iria subir. Fiquei muito
feliz por estar junto a ele naquele momento.
Sabia que ele estava se
esforçando e sendo forte. Sentamos juntos no mesmo carrinho ...
Quando o carrinho começou
a subir (e todos sabíamos que depois do topo vem um descida vertiginosa), o medo
começou a me dominar e eu me indagava: “ O que eu estou fazendo aqui ???? ”
E vrupt .... não deu tempo
para mais nada !!! Rsrsrsrsrsrsrsrsr ...
A velocidade era apavorante,
subíamos, descíamos, nos curvávamos de um lado e do outro, meu corpo
chacoalhava pra lá e pra cá, não dava tempo para pensar, apenas segurar no apoio
e soltar o berro...
Ah, foi maravilhoso !!!!
Quando saímos, rindo
histericamente e todos querendo contar suas emoções ao mesmo tempo. Olhei para
Tiago e ele me disse: “ Mãe, vamos de novo !!!”
E com essa história verídica
que hoje me vejo novamente.
Estou refazendo meus exames
(rotina) de imagem, contudo foi identificado através da ressonância magnética um espessamento no intestino. Farei outros exames na semana que vem. Não sei o que me espera. Na verdade
nunca sabemos o que nos espera. Pode ser uma inflamação ou algo residual do cancer.
Me sinto como se estivesse sentada naquele carrinho novamente, ouvindo os estalos do metal na madeira ... E só me resta uma
alternativa: Enfrentar, dominando o medo, emitindo boas vibrações
e mensagens para o organismo para ele reagir positivamente, como tem feito até aqui.
Todavia, por humana que
sou, temo as turbulências que poderão chegar.
A fortaleza invisível que
montei para me proteger de sentimentos que minam essa Força Interior continua em pé e me fortalece quando o desespero quer tomar conta com indagações
infrutíferas.
Sinto essa Força quando concomitante e na mesma velocidade às perguntas que faço me chegam as respostas.
Sinto essa Força quando concomitante e na mesma velocidade às perguntas que faço me chegam as respostas.
- Está dentro de você
mesmo.
Conseguirei novamente manter
o equilíbrio?
- Depende de você mesmo.
Respiro fundo e já me sinto aliviada,
o equilíbrio retorna, meio indignado por eu ter novamente duvidado dele.
Tranquilizo-me ...
E como o filósofo Rubem Alves
diz : “Problemas, sofrimentos, frustrações são partes da vida. Não é possível
evita-los. Mas é possível sofrê-los com sabedoria."
"A tranquilidade não acontece por acaso. Ela é o resultado de muita disciplina.”
"A tranquilidade não acontece por acaso. Ela é o resultado de muita disciplina.”
Dai-me disciplina ...
Vamos em frente, mas com muita fé e coragem para a caminhada, nada é fácil, mas se fosse, que teríamos pra contar e com quanta graça iríamos melhorar cada detalhe das nossas histórias?? Estaremos aqui, juntas, lhe dando muita energia, e lembrando sempre que Nossa Senhora estará conosco........então, vamos viver e aproveitar as muitas coisas boas e algumas mais dificies.....com o equilibrio dos sábios!!!!
ResponderExcluirValeu, Tia!!! Obrigado pelo incentivo e "vamo que vamo" ... Bjs
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