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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Manual contra arrependimentos ...





Comprei a revista Super Interessante – edição de maio com o intuito de incentivar meu filho Túlio a leitura de artigos de revistas, tendo em vista que hoje em dia é só internet e jogos eletrônicos.

 

 

Li a revista e achei vários artigos interessantes, um dos quais era Guia Prático contra Arrependimentos.

 
 

Trata-se do resumo feito do livro da australiana Bronnie Ware chamado Antes de Partir, que por acaso estou lendo.

 
 

O livro tece histórias vivenciadas pela escritora quando trabalhava como cuidadora de pacientes terminais.

 

Inicialmente ela narra do rompimento que fez com a vida pacata e acomodada que vivia na Austrália, onde abandonou o trabalho num banco e saiu pelo mundo trabalhando em diversos empregos freelances desde garçonete, lavadora de pratos num resort até como acompanhante para uma octogenária. A partir desse último emprego como acompanhante ela decidiu trabalhar como cuidadora de diversos pacientes terminais e percebeu neles um padrão de comportamento quando da proximidade com a morte: medo, raiva, tristeza – e sempre os mesmos arrependimentos em relação a própria vida. Decidiu então a anota-los.

 

 

Eram eles:

 

1-   Eu gostaria de ter trabalho menos;

 

2-   Eu queria ter tido a coragem de viver a vida que eu desejava e não a que os outros esperavam de mim;

 

3-   Eu queria ter expressado mais meus sentimentos;

  

4-   Eu queria ter mantido contato com meus amigos;

 

5-   Eu queria ter sido mais feliz;

 

 

É comum não pensarmos nisso durante a correria da nossa vida até que algum acontecimento nos chama atenção, como por exemplo quando perdemos alguém, quando ficamos doente ou quando chegamos a meia idade.

 

Começamos então a refletir sobre certos prazeres e sonhos que não poderão ser mais realizados e sobre as coisas que constantemente postergamos e adiamos para o momento oportuno.

 
 

Todavia, infelizmente esses momentos de iluminação passam rápido e novamente caímos na rotina dessa vida louca.

 
 

Dos 05 arrependimentos padrões citados pela escritora em seu livro, confesso que me encaixo em alguns.

 

 

Do primeiro arrependimento

 

“Eu gostaria de ter trabalho menos”

 

Bonnie diz que esse arrependimento foi falado por todos os pacientes masculinos de quem ela cuidou. Eles sentiam falta de ter vivido mais a juventude dos filhos e a companhia de suas parceiras. As mulheres também falaram, mas como a maioria era de uma geração mais antiga muitas não tiveram uma carreira. O que não é a realidade de hoje em dia, quando homens e mulheres trilham caminhos similares em busca do sucesso profissional. Ficando a carreira, o status, o poder em primeiro plano, adiando para um futuro incerto maior quantidade e qualidade no contato familiar.

 

Futuro incerto ...

 


De acordo com a escritora é mais difícil largar a rotina do trabalho do que o trabalho em si. O emprego vira a grande parte da identidade das pessoas, ao ponto de que não sabem mais quem são longe dele.” Essa é uma crise de identidade.

 

No livro ela narra a historia de um senhor de 90 anos, que dizia ter se arrependido de ter trabalhado tanto na vida, ficando a guardar dinheiro, não aproveitando o ganho. A esposa insistia para que viajassem para conhecer o mundo enquanto ainda tinha vitalidade para isso e ele foi postergando, até que esposa lhe deu um ultimato. Ainda assim ele negociou o ultimato com a esposa adiando para 12 meses a aposentadoria. Nesse meio tempo a esposa ficou doente e morreu. Perdeu-se oportunidade de vivenciar momentos de paz e alegria com a mulher.

 
 

 

O segundo arrependimento

 

 

“Eu queria ter tido a coragem de viver a vida que eu desejava, e não a que os outros esperavam de mim.”

 

 
Esse foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que a vida delas está quase no fim e olham para trás, é fácil ver quantos sonhos não formam realizados. A maioria não realizou nem metade dos seus sonhos e tem de morrer sabendo que isso aconteceu por causa de decisões que tomaram ou não tomaram. A saúde traz uma liberdade que poucos conseguem perceber, até que eles não a tem mais.”

 
 

O terceiro arrependimento

 

“ Eu queria ter expressado mais meus sentimentos”

 

 

Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros. A reportagem traz que o ser humano é um animal social e está sempre a procura de alianças e para isso busca manter e fortalecer relações sociais – quer agradar e ser aceito. Agimos assim o tempo todo, das coisas banais do dia a dia, como rir da piada sem graça de um amigo, as grandes escolhas de vida, como decidir que carreira seguir. De acordo com um estudo da Universidade Estadual da Flórida, quem busca o tempo a aprovação dos outros tem mais chance de desenvolver depressão. Esforçam-se tanto para agradar que se perdem no meio do processo. Muitos desenvolvem doenças relacionadas à amargura e ressentimento que eles carregavam.

 


Do quarto arrependimento

 

“Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.”

 
 

“Os amigos nos dão um senso de identidade – ajudam a nos tornar algo maior do que nós mesmos e a definir quem somos. Não precisamos somente de relações humanas. Precisamos de amigos muito próximos” diz Ed Diener, professor de psicologia da Universidade de Illinois.

 

Bronnie descreve que “Frequentemente eles não percebiam as vantagens de ter velhos amigos até eles chegarem em suas últimas semanas de vida e não era sempre possível rastrear essas pessoas. Muitos ficam envolvidos em suas próprias vidas que deixaram amizades de ouro se perderem ao longo dos anos."

 

No mês de abril eu tive uma experiência maravilhosa em poder comemorar com amigos - 20 anos de formada no curso de Direito da UFMT. Revi amigos que não via há 20 anos. A sensação é que não se havia passado tanto tempo, pois o sentimento e o bem querer eram os mesmos de 20 anos atrás. O tempo não apagou a memória afetiva daquela época.

 

  

Do quinto arrependimento

 

“Eu gostaria de ter sido mais feliz”

 


“Muitos só percebem no fim da vida que a felicidade é UMA QUESTÃO DE ESCOLHA. As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões. O famoso “conforto” com as coisas que são familiares. O medo da mudança e de se atrever a viver de forma a ser feliz, aproveitando dos momentos simples da vida.”

 

Falando nisso e buscando no meu baú de memória afetiva, lembro-me dentre muitos outros de dois momentos em que me senti plena e feliz durante as muitas viagens que já fiz. Esses momentos não custaram nada e nem foram programados, mas simplesmente vividos e saboreados quando percebidos.

 

Em Natal/2010, depois de ter conhecido os pontos turísticos e praias disputadas, começamos a rodar pela costa e encontramos um barzinho bem caiçara a beira do mar. Decidimos descer com as crianças e ficar por ali. Não havia multidão, passeios de barcos, banana boats ... Nada, só o mar, o sol e nós quatro brincando de construir castelos na areia. Tarde maravilhosa!!

 


Outro momento, foi a dois (eu e Antonio) quando viajamos para Europa/2011 e ali em Siena (Itália) nos afastamos do grupo de viagem e pudemos depois de uma manhã e tarde de sobe e desce vendo igrejas e monumentos, sentar num bistrô e tomar um delicioso sorvete de morango com chantilly. Apreciamos a movimentação da praça, das pessoas e me permiti ouvir um som que vinha de dentro de mim, informando que aquele momento era de pura paz e felicidade.

 

Como disse o psicólogo, ser Feliz é opção.

 
E eu digo mais, celebrar os momentos da vida também é escolha.

Se livrar das mágoas e cuidar de si é opção.

Permita que seu espírito seja ouvido, seja sensível as necessidades da sua alma. Impeça que a barulheira infernal das conveniências e mesmices domine o seu eu. 

 
Faça a escolha certa, o tempo passa rápido ...


Porque não começamos hoje??!!    



 

O tempo

 

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana

2 comentários:

  1. Carla, saboreei frase por frase e relembrei cada momento que se esvaiu na vida de minha mãe... fui uma das cuidadoras dela.

    Tento não repetir os mesmos erros dela, principalmente no tocante às mágoas, que certamente foram o motivo do desenvolvimento de sua doença.

    Estou indo para o Chile no próximo feriadão. Meu filho pediu que queria ver a neve. Para que adiar? Eu tenho 43 anos e não conheço a neve ainda.

    Muito bom ter reencontrado os nossos colegas 20 anos depois.... demoramos demais para fazer isso.

    Tenho aprendido muito com você.

    Bom demais ter esse contato.

    Abraços

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  2. Minha amiga Tânia, vi a sua dedicação durante a doença de sua mãe. A Divina Providência comunica conosco de diversas maneiras e podemos sempre aprender algo. A ideía é essa, Aconteça/realize agora - não postergue( se puder ...) Divirta-se com Teo e Oscar. Valerá a pena cada emoção e prazer vivido. Grande abraço!!!

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