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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Chronos ou Kairós ??





" Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu ..."
 
                                                Eclesiastes 3.1

 

Outro dia dando o meu “rolê” semanal pela Livraria Janina atrás de novos livros, deparei-me com o novo livro do Padre Marcelo Rossi com o título Kairós, que me chamou atenção. Interessada resolvi ler o prefácio escrito pelo Padre Fábio de Mello e decidi compra-lo.



Nesse livro o autor selecionou passagens da Bíblia com personagens como Abrão, Moises, Maria, Jó e outros que passaram por situações de incompreensão, sofrimento e provação e mesmo assim souberam esperar pelo seu Kairós – momento oportuno.  

 
 

Sou eclética na escolha de livros e tendo lido o prefácio do Padre Fábio de Melo que possui uma visão espiritualista para dores da alma, não litúrgica ou só dogmática, mas humana e sensível, passei uma tarde me deliciando com o aprendizado daquela aquisição.

 


O livro Kairós traz a situação do “homem moderno que emprega apenas uma palavra para dar significado ao tempo, que é “Chronos”, que se refere ao tempo cronológico, marcado pelo dia e pela noite. É o tempo que se mede e que se hoje contamos nos relógios, celulares..."

 

Todavia os gregos na Antiguidade usavam duas palavras para marcar o tempo: Chronos e Kairos.
 
 
Kairós significa "momento certo" ou "momento oportuno". É uma ocasião indeterminada no tempo em que algo especial acontece. Em teologia é usada para descrever o “tempo de Deus”. Não é um tempo quantitativo, como chronos. Não pode ser medido porque é um tempo diferente. É um tempo qualitativo.

 

Chronos é o tempo dos homens.

Kairós é o tempo de Deus.

 

Como disse, essa breve introdução me instigou a leitura do livro, visto ser um embate que experimento diante da doença e do tratamento.
 
 
O fato é que tenho que aprender a cultivar a paciência e dominar a ansiedade, entendendo que não tenho controle absoluto dos acontecimentos de minha vida.
  

Nos post “ O sonho e o tempo” e “Bumerangue” quis expressar diante dessa visão maior agora experimentada  acerca da fragilidade e brevidade de nossa vida e em quanto desperdiçamos com atitudes frívolas e desnecessários que não somarão em nada no contexto geral da vida.

  

Na teoria temos consciência dessa brevidade e de quão frágil são nossos sonhos e metas, contudo é só no vivenciar que alguns de nós aprende.  

 
 
No prefácio do livro Kairós, Padre Fábio de Mello tece sobre a incapacidade de lidarmos com o entrelaçamento do passado, presente e futuro, que nos faz sofrer a demora das esperas...
 
 
 
Ele pontua que são três tempos disputando o espaço de um só coração. O passado, com sua facilidade de nos imputar culpas, tornando nossa vida um eterno tribunal, cujo julgamento nunca poderá nos conceder uma sentença satisfatória. O presente, com suas pressões que nos cegam, com urgências que nos privam de saborear as escolhas. E o futuro, misterioso tecido de névoas, esperanças e incertezas. Sofremos nesse conflito.

 


Afirma que viver sabiamente está em compreender a dinâmica existente em Eclesiastes 3.1 “ para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu”, sendo a oração a melhor condução para entender o Kairós em nossa vida.

 

Embora em muitas oportunidades me pego ainda questionando essa parada forçada da minha vida, logo entendo que é tempo  oportuno me oferecido e aceito por mim ao aqui renascer.

 

Ao aceitarmos o Kairos em nossa vida, “entendemos que nem sempre a hora determina por nós como certa é a hora escolhida por Deus e compreendemos que Deus nos protege quando adia nossos sonhos. Que nos diz sim mesmo quando nos nega o que pedimos. Que nos livra de sofrimentos maiores quando nos frustra.”

 
 

Essa resignação diante dessa verdade que estou aprendendo a aceitar torna as minhas dores mais brandas e o caminhar é mais leve.  

 
Acredito que vale a pena aceitar essa idéia e moderação.

 

Tempo para Tudo – Eclesiastes 3-8

 

"Tudo neste mundo tem seu tempo;

Cada coisa tem a sua ocasião

Há um tempo para nascer e tempo de morrer;

Tempo de plantar e tempo de arrancar;

Tempo de matar e tempo de curar;

Tempo de derrubar e tempo de construir;

Tempo de ficar triste e tempo de se alegrar;

Tempo de chorar e tempo de dançar;

Tempo de espalhar pedras e tempo de ajunta-las;

Tempo de abraçar e tempo de afastar;

Há tempo de procurar e tempo de perder;

Tempo de de economizar e tempo de desperdiçar;

Tempo de rasgar e tempo de remendar;

Tempo de ficar calado e tempo de falar;

Há tempo de amar e tempo de odiar

Tempo de guerra e tempo de paz.”

 

 

2 comentários:

  1. MAravilha Carla... que Deus nos dê a sabedoria de saber esperar o nosso Kairós! Beijos à vc, que possamos ser sempre abençoados com suas palavras e reflexões!

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  2. Agradeço as palavras de incentivo!! E sim, a sabedoria de aguardar o nosso Kairós é um grande aprendizado. Bjos

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