No último post falei dentre outros fatos sobre “a sombra”.
Estou lendo o livro “O Efeito
Sombra “ de Deepak Chopra.
É muito interessante.
Na verdade havia
comprado-o no ano passado, mas não conseguia le-lo.Iniciava a leitura e logo
desistia, dava sonho e daí por diante.
Eu tenho uma mania que é
a seguinte: quando compro livros de não ficção (auto ajuda) e não consigo le-lo
imediatamente, penso que é porque ainda não “me” serve de instrução, ou seja,
ainda não estou preparada para entende-lo.
Assim, “ O Efeito Sombra”
ficou na estante aguardando o momento certo para ler.
O livro fala sobre a
Sombra Humana que é o lado obscuro do nosso ser e que ao ser ignorada, pode
sabotar nossas vidas, destruir nossas relações, eliminar nosso espírito e nos
manter longe de nossos sonhos.
Pesado o tema, né?
Na verdade o livro não apresenta
uma teoria nova, mas amplia conceitos desenvolvidos por Carl Gustav Jung –
Psicologia Analitica ou Junguiana, que num resumo bem simplório diz que o ser
humano só tem acesso a sua natureza sombria quanto consegue se autoconhecer –
mergulhando em si mesmo e assim transmutar.
O Efeito Sombra fala da
existência de uma parte em cada ser humano esperando ser descoberta e que essa
parte tem o poder de nos ensinar, treinar e guiar para que alcancemos força,
criatividade, brilho e felicidade. No entanto, essa parte não é paciente e
quando ignorada, sabota nossas vidas.
Assim se conhecemos
nossos medos, falhas ... encarando-as de
frente, não projetando no outro aquilo que rejeitamos em nós mesmos –
enxergando e entendendo nosso “self” nu e cru, podemos vencer a sombra e ficarmos
na luz.
Antes eu não identificava
que eu estava me boicotando em algumas situações na minha vida e hoje identifico o
momento e a razão do boicote.
É como se uma grande
cortina tivesse sido retirada.
Creio que os 44 dias de UTI (fiquei fisicamente impedida de comunicar-me), somados ao tempo do hospital e período de remissão e incertezas quanto a cura do 1º câncer, serviram para balizar esse descortinar.
Não veio de pronto e nem é
fácil o desnudar-se.
Requer prática e atenção ...
Exemplificando esses boicotes, posso citar que às vezes quando estava feliz e tranquila junto a meus filhos e marido e via um adolescente passar com a namorada ou ia a um casamento me boicotava pensando se eu viveria igual situação, ou seja, se estaria presente na vida dos meus filhos.
Triste, mas verdade.
Sofria com esses
pensamentos, pois eles eram capazes de aniquilar o momento de felicidade.
Então, um dia consegui
identificar o por que de alguns desses pensamentos e consegui libertar-me
deles, pois eu entendia de onde e porque adviram.
Enquanto Delegada de Polícia
na Delegacia da Mulher, do Adolescente, na Entorpecentes e na Delegacia de
Defesa da Criança e Adolescente já ouvi
e vi relatos de “amor e sofrimento” que dariam para escrever livros.
Relacionamentos e comportamentos
destrutivos me surpreendiam na leitura diária dos Boletins de Ocorrências
registrados e inquéritos policiais instaurados.
Mulheres autosuficientes,
inteligentes e trabalhadoras permitiam serem oprimidas e dominadas por seu
companheiro.
A Sombra as dominava e as impediam de serem felizes e plenas.
Carl Jung dizia: “Para encontrar o amor você precisa enxergar a si como alguém que pode ser amado.”
E essas mulheres não se enxergavam como capazes de serem amadas, barganhavam migalhas de atenção.
Algumas delas quando conseguiam trocar de namorados ou companheiros, escolhiam outros piores. E diziam: “Doutora, tenho o dedo podre pra homem.”
Culpavam o “dedo” pela escolha inconsciente e repetitiva de companheiros violentos !!!
Elas não percebiam que se
boicotavam e tentavam esconder o lado reprimido e os
aspectos repudiados de suas personalidades.
É muito mais fácil culpar outros por escolhas equivocadas - sejam pais, amigos, chefes, companherios ... do que entender o por que ou o que nos motivou a essa opção destrutiva.
Os vícios alimentares, bebidas, jogos, sexo desregrado e outros processos destrutivos são sinais que estamos "fugindo" de algo que nos queima por dentro e causa desconforto interno.
O livro apresenta uma perspectiva para a reconstrução do corpo emocional que são:
Os vícios alimentares, bebidas, jogos, sexo desregrado e outros processos destrutivos são sinais que estamos "fugindo" de algo que nos queima por dentro e causa desconforto interno.
O livro apresenta uma perspectiva para a reconstrução do corpo emocional que são:
ü
Tornar-se inteiro
ü
Aprender a ser resiliente
ü
Dissipar os demônios do passado
ü
Curar antigas feridas
ü
Esperar o melhor de si mesmo
ü
Adotar ideais realistas
ü
Empenhar-se
ü Ser generoso, principalmente com nossa alma
ü
Enxergar além dos medos
ü Aprender a auto aceitação
ü Comunicar-se com Deus ou seu eu superior.
Podemos então:
v Reconhecer a nossa sombra quando ela trouxer negatividade para nossa vida
v Abraçar e perdoar nossa sombra, transformando um obstáculo indesejado em nosso aliado,
v Perguntar a nós mesmos que condições estão dando origem à sombra: estresse, anonimato, permissão para causar danos, pressão dos colegas, passividade, condições desumano, um mentalidade de “nós versus eles”
v Compartilhar nossos sentimentos com alguém em quem confiamos: um terapeuta, um amigo de confiança, um bom ouvinte, um conselheiro ou confidente,
v Incluir um componente físico: trabalho corporal, liberação de energia, respiração de ioga, cura interativa
v Praticar a meditação de modo a experimentar a consciência pura
v Para mudar o coletivo, devemos mudar a nós mesmos – projetar e julgar os outros como malfeitores só aumenta o poder da sombra...
“ A dualidade está no
centro da experiência humana. A vida e a morte, o bem e o mal, a esperança e a
resignação coexistem em todo as pessoas e manifestam sua força em todas as
facetas da vida. O conflito entre quem somos e quem queremos ser encontra-se no
âmago da luta humana.”
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