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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Os segredos dos Imortais ... Sobreviver!!.





                                       " Sem saber que era impossível, foi lá e fez" 


Ontem, acordei e vi a revista Super Interessante, edição de Abril/2012, com o título manchete Os Segredos dos Imortais -  em cima da mesa do computador.


Observei que havia um bilhete escrito pelo meu pai, com uma sugestão para leitura do texto principal para Túlio e Tiago.




Sorri e agradeci a Deus ao pai que tenho !!!



Sempre amoroso e atencioso comigo e netos.



Comecei a ler a reportagem e vi que se tratava das distintas reações de pessoas diante de situação de morte iminente em catástrofes, questionando quais fatores levam algumas a sobreviverem, enquanto outras no mesmo ambiente não conseguem vencer o medo e sucumbem a morte.


O tema era o que determina quem vive e quem morre?  



No bojo da matéria, traz inúmeros relatos de tragédias como incêndio do Edifício Joelma em São Paulo na década de 1970 (500 sobreviventes e 187 mortos), do World Trade Center, do naufrágio do navio Estonia  no mar Báltico em 1994 com 852 mortos e 137 sobreviventes.



De acordo com o especialista John Leach  “nos momentos de tensão apenas 10% das pessoas conseguem imediatamente manter a cabeça no lugar e agir racionalmente. Outros 10% surtam e tomam as piores decisões e dificilmente saem vivos. Os 80 % restantes podem congelar de medo e encarar panes do cérebro, mas não estão fadados à morte. Conseguem se controlar e sobreviver.”





A revista ainda apresenta uma série de sugestões para se seguir quando vivenciarmos situações de acidente de avião, batida de carro, incêndio em casa, naufrágio ou perdidos na selva e ainda elenca com exemplos as 3 fases que o ser humano tem diante dessas situações que são: desespero, recuperação e lições.



Deixo a dica para a leitura da matéria.



Como já partilhei tantas coisas íntimas no blog, vou contar uma situação vivida por mim no ano de 1994, quando houve um princípio de incêndio no prédio em que morava na rua 13 de Junho.



Eram por volta das 15:00 hs, de uma sexta-feira, véspera de sábado de carnaval.



 
Eu estava deitada em minha cama, lendo preguiçosamente a revista Sabrina, quando Maria (minha comadre e secretária do lar) entrou esbaforida no meu quarto, gritando que o zelador estava na porta avisando que havia fumaça no apartamento próximo ao nosso e que era para nós descermos.




De imediato, não entendi o que ela falava ...



Quando a “ficha” caiu, levantei de um pulo e pensei:



“Meu Deus, “salvo” a revista Sabrina que estava lendo ou “salvo” a carteirinha de sócia do Clube Dom Bosco, que havia separado  momentos antes, no intuito de “pular” carnaval no dia seguinte.




RSRSRSRSRSRSR ....



Foram segundos de “bestagem”, mas existiram.



Ainda bem que o Tico e Teco mental se comunicaram e logo fiz parte da estatística  dos 80% que buscam alternativas e sobrevivem.



Então, passado o pânico, disse firme a Maria “Vamos descer rápido”. Peguei Victor (meu irmão caçula) que na época tinha 04 anos e voamos escada abaixo.




De fato, quando sai no saguão do primeiro andar, a fumaça estava tomando conta, mas não havia labaredas de fogo.




Já no térreo e a salvo, percebi que as pessoas não sabiam como agir diante da situação. A confusão imperava e o zelador era meio “lengué”.




O prédio era antigo e os moradores igualmente .... rsrsrsrsrs



Apesar de morar lá a algum tempo, eu nunca havia percebido a quantidade de pessoas idosas que moravam lá.



E como o fato se deu por volta das 15:00 h, obviamente só haviam no prédio naquele momento crianças, idosos e as empregadas.



Comecei a ajudar as velhinhas a descerem as escadas para chegarem a calçada mais rápido e enquanto  aguardávamos o Corpo de Bombeiros chegar, decidimos que valeria a pena subir no andar que estava acontecendo o incêndio e ver o que de fato ocorria.



Assim, eu, o zelador e o motorista de um moradores fomos até a porta do apartamento e percebemos que a fumaça vinha da porta da cozinha.



O zelador e o motorista conseguiram arrombar a porta social e nós entramos no apartamento.


Corremos para a cozinha, e em meio a fumaça verificamos que a moradora havia esquecido uma panela de leite a ferver e que essa havia secado (motivo do quase incêndio).


De pronto desligamos o fogão, abrimos as janelas (não havia fogo, só fumaça) e aguarmos o Corpo de Bombeiros chegar.



Ainda hoje, morro de rir quando me lembro da dúvida cruel que me assolou entre "salvar" uma revista ou a carteira de sócio do clube.



Contudo, o fato é sério, pois num momento crucial desses não podemos tomar a decisão errada e escolher desajuizadamente saltar pela janela ou aguardar sentada impassível fingindo que nada está acontecendo.




Ainda bem, que fiz parte dos 80% que após o pânico inicial, reagem controlando o medo.



“As reações de medo e o de como agir para se salvaguardar, passam por 03 etapas: reconhecer o ambiente ao redor, controlar o medo e selecionar a ação certa. Sobrevive quem muda essa chave em tempo hábil.”


De acordo com a reportagem “a atitude mental vale mais que qualquer outra ferramenta. Sobreviventes controlam o medo, resignam-se com os acontecimentos e agem. Fazem de tudo para sair vivo.”


“Os sobreviventes, em geral, não se veem como vítimas. Eles querem é sair vivos, para reencontrar os amados, para seguir com suas vidas ou simplesmente para contra a história.”


“Acredita-se, inclusive, que pessoas com mais familiares e amigos tenham chances maiores de sobreviver a uma catástrofe. Evidências mostram que pessoas com apoio da família e amigos tem mais chances de sobreviver. Elas querem voltar para a família. Tem um propósito. Quando se tem algo a perder, a vontade de viver cresce.”



Isso é fato !!!!




Enquanto estive na UTI por 44 dias, sobrevivi mentalizando dia a dia a minha saída dali.




Assim quando meu pai, no intuito de incentivar minha recuperação queria colocar fotos dos meus filhos nas paredes do leito da UTI, eu balançava a cabeça em negativa, pois os queria (Túlio e Tiago) mesmo em fotografias fora daquele ambiente de doença e pavor. Eles eram a luz do túnel, a minha saída e a força para minha recuperação.



Essa reportagem veio a somar a tantas outras inúmeras histórias lidas, relatos compartilhadas por familiares, amigos e conhecidos, bem como alguns fatos por mim vivenciadas que comprovam a importância do comportamento e conduta positiva das pessoas que estão passando por momentos de difícil provação: saúde, desemprego e outros.



E de como é essencial para a sobrevivência, a atitude positiva que pode nos salvar de nós mesmos.
























    








    









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