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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

"Os olhos são o espelho da alma. "






"Ao se aceitar o prazer sem suplicar por ele e sem se tornar dependente, e ao se aceitar o sofrimento, quando inevitável, sem teme-lo e sem se rebelar contra ele, consegue-se aprender muito mais tanto com o prazer como com o sofrimento, é tornar possivel  "destilar a essência" que eles contêm". Frase colhida do texto de "Roberto Assagliodi"
Pensando sobre o que escrever no blog de hoje, encontrei num texto de internet a frase acima e que veio a espelhar examente o que vivenciei no período da tarde hoje. 

Estou meio que enclausurada desde o dia 27 de janeiro quando passei pela cirurgia da "retirada da vesícula" (que ao final não foi retirada).

Afastei-me do convívio direto das pessoas (por motivo de resguardo) e estou ligada especialmente a família e familiares.

É lógico que nesse momento inicial da batalha, devo me fortalecer, me reestruturar e para isso tenho que estar próxima a aqueles que me amam incondicionalmente, agindo como uma espécie de instinto de proteção. Sabe aquele: "estar junto dos seus..."

Enfim, a pior tempestade já passou ... Aquela nuvem de areia imensa, densa e aterrorizante, que me impedia  de enxergar e respirar o horizonte limpo passou... (Penso eu ...).

Existem outras ainda, por vir ...

Mas... Agora, cabe-me, passada a tempestade, juntar os cacos, limpar os quartos, arejar a janela, preparar a comida (no meu caso e para quem me conhece, "encomendar a comida", já que sou uma negação na cozinha) e esperar o encontro.

Encontro esse que pode ser comigo mesmo, com meus amigos, meus conhecidos e desconhecidos. 

A vida continua ...

Não pertenço ao mundo dos mortos-vivos, não sou zumbi ... 

Afastar-me dos problemas do cotidiano, da realidade crua, das pessoas e  do mundo pulsante que me rodeia, não me protege, ao contrário, me afasta do real "que é a vida por si só ..."

Viver significa experimentar, sentir, cheirar, errar, divertir-se, ter medo, fofocar, fazer amor, dar amor, receber amor ...

Sem imaginar que fosse me abater, hoje a tarde, sai do meu clausuro protetor e me desloquei até um local público, onde encontrei diversas pessoas que tinham conhecimento da recidiva.

Inicialmente, me senti acuada, não sabendo como lidar com os olhares ...

Ah, meus amigos ... Os olhares trasmitiam tantas coisas ...

Pena ... Dor.. Tristeza ... Simpatia ... Admiração... Solidariedade ...

Um "tudo" ao mesmo tempo.

Fiquei insegura, tristonha, me senti frágil, querendo colo.

Depois, já em casa e ouvindo minhas músicas favoritas no MP3 (fato que não faço a não sei quanto tempo), analisei a sensação sentida e percebi que a verdade básica é que tudo depende das minhas atitutudes e determinções.

As pessoas que trasmitiram essas sensações são pessoas verdadeiras, que não se escondiam em personagens, possuiam olhos que espelhavam a dor da alma.

A doença, a mortalidade, o impoderável, o incontrolavel  afeta todos que nos rodeiam.

Nós enxergamos no outro nossas semelhanças e diferenças - aquilo que nos intriga e nos deixa irritado, muitas vezes é o nosso maior defeito.

Assim, entendi que a doença que me aflige, lembra a todos que somos mortais ... E que isso, sem sombra de dúvida, mexe com o "psique" de todos

Imagino como será quando cair o cabelo ... Dai-me força ... (rsrsrsrs ...)

Sou a "senhora do meu destino", pertenço ao mundo, e para isso não devo temê-lo, mas tenho que aprender a cultivar minha força interior e me manter firme nos própositos e metas para minha recuperação.

Ninguém pode ser responsável pela minha sensação de insegurança, pois a Força esta comigo ...

Devo aceitar que nem sempre conseguirei mudar as condições do mundo exterior, mas posso mudar as condições do meu mundo interior. 

A essência disso tudo, esta bem aqui, no meu coração, no meu cérebro e especialmente em minha alma.

E somente eu, devo destilá-la.



     









Um comentário:

  1. Maravilhoso texto, minha Guerreira.
    A força está contigo e o nosso Deus amoroso também.

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